PCP acredita que protestos podem travar reforma administrativa

O Partido Comunista Português (PCP) considerou ontem que o processo de reorganização administrativa pode ser travado com a continuação de acções de luta, defendendo que o boicote às eleições autárquicas de 2013 não deve ser o objectivo principal.

Em conferência de imprensa, Jorge Cordeiro, membro do secretariado e da comissão política do PCP, reiterou a posição do partido, ao afirmar que "o processo de liquidação" de freguesias é "parte integrante da ofensiva [do Governo] contra o poder local e agressão às populações".

Jorge Cordeiro destacou as várias manifestações, realizadas no sábado, contra a extinção de freguesias, que levaram "milhares de pessoas" às ruas. "Bem se pode dizer que o Governo sofreu já uma primeira e importante derrota. O isolamento político, social e institucional a que o Governo foi remetido neste processo é, em si, uma derrota nesta fase do projecto", sustentou. Jorge Cordeiro adiantou que a "força" revelada nas acções de sábado, em todo o país, vai prosseguir até "à derrota do projecto do Governo".

Quanto ao risco de a reforma administrativa poder levar a vários boicotes nas próximas eleições autárquicas, um alerta feito pela Plataforma Nacional contra a Extinção de Freguesias (PNCEF), Jorge Cordeiro sublinhou que esse não deve ser o objectivo central. "A primeira questão é impedir que o processo avance, as acções têm de ser concentradas em travar o processo. A possibilidade de boicote é no voto ao PSD e CDS e dar o voto à CDU, que é quem mais tem defendido esta luta pelas freguesias", concluiu.

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