Zorrinho vê autárquicas como “tiro de partida” para a mudança

Governo está “fora de validade, bafiento, escondido e em risco de provocar um apodrecimento institucional grave no país”.

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Zorrinho critica Governo e Comissão Europeia PÚBLICO

O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, acredita que as eleições autárquicas de Setembro serão o “tiro de partida” para uma mudança “que Portugal exige”, e que será marcada por uma “nova ousadia e novas políticas”.

Foi com esse incentivo que Zorrinho tentou motivar os deputados do grupo parlamentar que o ouviam na abertura das jornadas parlamentares que decorrem esta quinta-feira em Oeiras e terminam amanhã, sexta-feira, em Sintra. O líder parlamentar tentou incentivar os deputados e também os candidatos que, disse, “travarão a batalha dos combates autárquicos”.

O discurso de Zorrinho ficou marcado por fortes críticas ao “mau governo” dos últimos “dois longos anos”. “Todos os indicadores regrediram. Estamos a perder a batalha da modernidade, da competitividade e da dignidade enquanto país”, afirmou, vincando que as jornadas parlamentares servem para o PS se reafirmar como “alternativa de esperança, de crescimento e de emprego” – o tema central do encontro.

“Vivemos dois anos de mau governo e de falhanço brutal do primeiro-ministro e das suas escolhas financeiras, económicas e sociais”, vincou Zorrinho, para quem hoje o Executivo está “fora de validade, bafiento, escondido e em risco de provocar um apodrecimento institucional grave no país”.

A equipa liderada por Passos Coelho “desbaratou o diálogo social e político” e “reduziu o seu espaço”, “vive acantonado, com medo”, “que faz oposição ao PS e tem um único desígnio visível: ser contra tudo o que seja um Estado moderno”.

As questões europeias não ficaram de fora do discurso do líder parlamentar, que admitiu que parte do “mau governo” também é “responsabilidade das instituições europeias, em particular da Comissão Europeia que tem sido de uma absoluta frouxidão no seu papel de integração solidária”.

Zorrinho considerou ainda que “só faz sentido integrar uma zona monetária com a exigência da zona Euro se ao mesmo tempo se apostar, como apostámos na década anterior e vamos voltar a apostar no nosso futuro Governo, na qualificação, na inovação limpa, nas exportações com forte incorporação tecnológica, na especialização das fileiras produtivas, nas parcerias internacionais”.

E classificou ainda como “erro de palmatória” a estratégia de enveredar pela “competição pelos preços baixos e pelos baixos custos salariais num quadro de uma moeda forte”. Esse erro já custou a Portugal a “queda de cinco postos no ranking da competitividade” e que “custa todos os dias milhares de desempregados, falências, emigração forçada e empobrecimento sem fim à vista”. “A solução não serve para nós nem para a Grécia.”
 

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