UGT: confiança dos portugueses "irremediavelmente" afectada por crise política

O líder da UGT, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à fábrica Delta Cafés, em Campo Maior (Portalegre), espera que a crise política não traga consequências “piores” para os trabalhadores.

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Carlos Silva José Sarmento Matos

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, considerou esta segunda-feira que a crise política dos últimos dias poderá ter afectado “irremediavelmente” a confiança dos portugueses no Governo, que estava “fragilizado” depois da última greve geral.

“Esta crise pode afectar irremediavelmente a forma como o Governo é visto em termos de confiança perante os portugueses. Se já estava fragilizado depois de uma greve geral a 27 de Junho, não foi certamente o melhor caminho escolhido”, disse.

“A UGT a única coisa que deseja é que as consequências para o país e para os trabalhadores não sejam piores do que aquilo que já estávamos”, disse.

Para Carlos Silva, a credibilidade deste Governo passa também pela credibilidade externa, sector que o sindicalista espera que “não tenha sido afectado”.

Durante a visita à Delta Cafés, o líder da UGT destacou o papel social da empresa e do presidente do grupo Delta Cafés, o comendador Rui Nabeiro.

O líder da UGT comentou ainda a notícia do jornal espanhol El País, que adianta que a Comissão Europeia está a preparar um segundo resgate a Portugal, considerado “brando” para Portugal, que não conta com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Compete ao Governo português saber se é necessário, saber em que condições é que eventualmente poderá avançar para um segundo resgate, embora eu lhes deva dizer que não é uma boa notícia para Portugal (...) Um eventual segundo resgate só pode implicar consequências mais gravosas para os portugueses e quem paga as consequências dos resgates são naturalmente os contribuintes”, adiantou.

A Comissão Europeia já negou hoje que esteja a negociar uma ajuda “cautelar” com as autoridades portuguesas, apontando que só avaliará as opções para apoiar Portugal no regresso aos mercados na altura devida, “e a altura não é agora”.

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