UDP disponível para nova plataforma política mas sem abdicar da sua existência

A associação UDP reúne-se este domingo numa conferência nacional extraordinária.

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Nova corrente no BE foi analisada no domingo pela UDP RUI GAUDÊNCIO

A direcção nacional da UDP diz estar disponível para “participar em qualquer plataforma política que dê continuidade” ao núcleo fundador do BE, mas não abdica de manter a sua “existência e identidade”.

Esta posição consta de uma proposta de documento político da direção nacional da UDP a apresentar na conferência de aderentes convocada para domingo para discutir a proposta de criação de uma nova corrente no BE, Socialismo, apresentada por Francisco Louçã, João Semedo e José Manuel Pureza.

Neste documento, a UDP (corrente do BE da qual fazem parte dirigentes como Luís Fazenda, Helena Pinto ou Pedro Filipe Soares) defende que o partido é “mais coeso, livre e forte quando preserva as suas características identitárias”.

“Os revolucionários não devem deixar de participar em todos os fóruns de debate político, de organização de tendência, de debate mais ou menos ecléctico sobre os caminhos do socialismo e da humanidade, mas devem agrupar-se do ponto de vista da produção da teoria revolucionária”, pode ler-se.

Neste contexto, esta corrente advoga que os seus aderentes “participem livremente em qualquer plataforma política que dê continuidade à moção A (a direcção do BE) e que a UDP prossiga a sua tarefa indispensável, a sua existência e identidade”.

Nesta proposta de documento político, a UDP considera que “o défice da Moção A tem sido, ao longo dos anos, a falta de um procedimento democrático estruturado, organizado e transparente para o debate e a decisão sobre a linha estratégica e os seus protagonistas”.

“Demasiadas vezes a Moção A confundiu-se com as cúpulas do partido”, aponta a associação, que adverte que no passado já defendeu o seu “reforço e democratização”, propondo “a sua transformação numa tendência que agruparia todas e todos os aderentes que se revissem na sua plataforma política”.

“À época, essa proposta não foi aceite pelo então coordenador do Bloco, que hoje é o principal promotor da plataforma Socialismo”, nota a UDP, referindo-se a Francisco Louçã.

A associação UDP reúne-se este domingo numa conferência nacional extraordinária, sob o lema “Marxistas também amanhã” , para debater a criação da corrente Socialismo.

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