Sócrates: “O PSD está à beira do tumulto”

Antigo primeiro-ministro faz balanço muito negativo de dois anos do Governo e fala em "pântano”.

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Advogados de José Sócrates criticam Ministério Público REUTERS/Jose Manuel Ribeiro

José Sócrates fez neste domingo um balanço muito pouco abonatório dos dois anos de Governo. Para o socialista, os “sacrifícios dos portugueses não valeram a pena” porque as políticas do Executivo "não alcançaram os objectivos” e acrescentou que “manter tudo na mesma é o pântano”, sugerindo a realização de eleições.

No seu habitual comentário na RTP1, o antigo primeiro-ministro socorreu-se de uma sondagem do Expresso que diz que 75% dos portugueses acham que a situação está hoje pior do que estava há dois.

“O PIB per capita recuou a valores de há 13 anos”, lembrou, afirmando o Governo “tem um problema de condições de governabilidade”.

Sócrates manifestou-se surpreendido “pelo despropósito” de Passos Coelho ter afirmado que “a meio do mandato” que se quer recandidatar.

Para o socialista, esta afirmação dirige-se ao PSD para “conter a contestação interna e avisar os contestatários que o vão ter pela frente”.

“O PSD está à beira o tumulto”, acrescentou lembrando que há candidatos autárquicos do PSD “que até escondem o símbolo do partido”. “Têm vergonha da liderança.”

Sócrates comentou também a declaração de Passos ao Expresso em que afirma que está “numa missão histórica”. “Quem atribui missões históricas é o povo”, salientou, acrescentando que é “um pensamento pouco democrático” e que revela “arrogância intelectual”.

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