Rejeição total ou esperança numa nova oposição, foi assim que o país recebeu a notícia do regresso de José Sócrates à vida pública, como comentador da RTP. Desde que isso foi notícia que o nome ex-primeiro-ministro inundou os murais das redes sociais, com comentários que iam desde o “finalmente chegou a oposição” e o “não quero que o dinheiro dos meus impostos sirva para pagar a Sócrates” ou “faço questão de mudar de canal quando ele estiver a falar”.

A verdade é que Sócrates se transformou no assunto até daqueles que não queriam ouvir falar nele. Às 22h de quarta-feira, ainda durante a entrevista da RTP Sócrates, o Fim do Silêncio, #socratesrtp já era a hashtag mais usada pelos portugueses no Twitter. Mas isso era óbvio, não surpreende.

O espanto foi mesmo quando começaram a aparecer tweets a dizer “omg, #socratesrtp is trending worldwide” (meu deus, #socratesrtp é tendência mundial). Sim, na noite da primeira entrevista em quase dois anos, a hashtag #socratesrtp chegou ao top das trends (assuntos do momento) mundiais no Twitter: pouco depois de terminar, era a quinta hashtag mais usada em todo o mundo.

A ponto de na rede social se lerem coisas do género “não faço ideia do que signica #socratesrtp”, escritas em inglês no outro lado do mundo por pessoas que aparentemente não terão nunca ouvido falar em José Sócrates. E, do lado de cá, respostas como “#socratesrtp é trend, meu deus, ele é provavelmente um dos homens mais odiados no meu país".

Já de manhã, o director de informação da RTP, Paulo Ferreira, que conduziu a entrevista com o jornalista Vítor Gonçalves, escreveu no Twitter que a entrevista a Sócrates foi o programa mais visto de quarta-feira, com uma média de 1,6 milhões de espectadores. Na mesma rede social, Edite Estrela deixou uma piada: “Com a quantidade de publicidade, Sócrates já deve ter resolvido o défice da RTP.”