Semedo não acredita que primárias no PS tragam alternativa de esquerda

Cordenador do BE abriu Fórum Socialismo 2014 -- Debates para a Alternativa, em Évora.

João Semedo, coordenador do Bloco de Esquerda, afirmou na sexta-feira à noite não ter "qualquer expectativa" em relação às eleições internas no PS, considerando que, independentemente de quem ganhar, "não vai nascer uma alternativa de esquerda".

Ao intervir na sessão de abertura do Fórum Socialismo 2014 -- Debates para a Alternativa, em Évora, que termina domingo e que marca a 'rentrée' política do partido, João Semedo admitiu que, quando é questionado sobre a disputa interna no PS, responde que não tem qualquer expectativa. Contudo, advertiu para que, "por muitas que sejam as diferenças, há uma semelhança entre os dois candidatos que não se pode ignorar". E acrescentou: "Essa semelhança é a que nos permite dizer que, no dia 28 de Setembro, da disputa interna do PS, nasça o que nascer, há uma coisa que não vai nascer, é uma alternativa de esquerda."

Criticando os dois candidatos socialistas em disputa nas primárias do PS, Semedo afirmou: "Quando se pergunta a António José Seguro: ‘E então os impostos é para baixar ou é para aumentar' e a resposta de António José Seguro qual é? Não me posso comprometer com a redução dos impostos. E qual é a resposta do António Costa? Os impostos não são uma preocupação da agenda para a década." E concluiu que "são duas respostas diferentes, talvez uma mais manhosa que a outra, um mais ingénua e sincera que a outra", mas, na opinião de Semedo, "ambas respondem o mesmo". E vincou: "O que daqui pode sair não será certamente uma alternativa. Será mais uma vez aquilo a que sempre o Partido Socialista nos habituou, que é alternância."

Falando sobre o BE, Semedo sublinhou que o seu partido defende "a convergência, o diálogo e a aproximação", mas não confunde "convergência com capitulação, rendição ou com cedência". E acrescentou: "No Bloco de Esquerda, não estamos disponíveis para dar o braço a quem faz da política uma simples rotação, uma simples alternância".

O dirigente do BE criticou ainda o eventual aumento de taxas no aeroporto de Lisboa, noticiado na sexta-feira, considerando que é "uma desgraça para a economia" e "mais uma vez o exemplo de como as privatizações são o contrário do que é dito".

Concluindo: "O que foi dito foi que as tarifas não aumentariam, porque, se aumentassem, seria mau para o turismo, para a economia e para o país, mas, mal privatizaram a ANA -- Aeroportos de Portugal, não foi uma, nem duas vezes, que aumentaram as tarifas. Chegamos ao final do ano em que os custos do aeroporto para as companhias que dele se servem terão aumentado mais de 30 por cento."
 

  


 

   





Sugerir correcção
Comentar