Seguro sublinha convergência com BE nas áreas sociais e europeias

Orçamento rectificativo que já foi apresentado pelo Governo e que só é discutido esta sexta-feira no Parlamento já precisa de "outro rectificativo", segundo o secretário-geral do PS.

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Seguro e Semedo reunidos nesta quarta-feira de manhã na sede do Bloco Rui Gaudêncio

Após um encontro de hora e meia entre BE e PS, a pedido de António José Seguro, o líder do PS optou por sublinhar nesta quarta-feira a convergência com os bloquistas sobre matérias sociais e europeias. Mas o coordenador do BE, João Semedo, também frisou amplos "momentos de discordância" na reunião entre os dois partidos.

"Não escondo que, na reunião com o BE, se registaram vários elementos de aproximação sobre o início de um caminho. Em respeito pelas posições de cada um e pelas divergências, há um espaço em que é possível encontrar formas de diálogo, designadamente em matérias sociais mas também europeias", afirmou o secretário-geral do PS, depois do encontro desta quarta-feira na sede do Bloco, em Lisboa.

Questionado à saída do encontro sobre os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que voltou a rever em baixa o crescimento económico nos primeiros três meses do ano, estimando que a economia portuguesa caiu 4% face ao ao primeiro trimestre de 2012, Seguro disse que o país está a colher as tempestades deste Governo.

"Este Governo tem andado a semear ventos e agora o país está a colher tempestades. Nos primeiros três meses, a política do Governo destruiu mais de cem mil postos de trabalho, com as consequências que isso tem dos pontos de vista económico e social", disse o líder do PS. 

O Orçamento rectificativo apresentado pelo executivo, que será discutido nesta sexta-feira no Parlamento, também já precisa de ser rectificado, na medida em que não se adequa "à realidade do país", alega.

Estas críticas permitiram a Seguro reafirmar que é necessário abrir um novo ciclo governativo e que o PS ambiciona governar com maioria absoluta. Essa maioria, no entanto, não impede "diálogo" e "convergência" com outros partidos. Foi, aliás, isso que referiu à saída do encontro com a direcção do BE, ao afirmar que "há um espaço de diálogo, designadamente em matérias sociais mas também em relação às matérias europeias".

Da parte do Bloco, o coordenador João Semedo sublinhou "momentos de convergência e momentos de discordância". Há consensos, disse, sobre a necessidade de haver eleições legislativas antecipadas e parar a política de austeridade. No entanto, o coordenador do BE não deixou de insistir que socialistas e bloquistas ainda têm respostas diferentes sobre troika, austeridade e renegociação da dívida.

Sobre hipotéticos acordos ou coligações à esquerda, Semedo referiu a disponibilidade do partido, mas para políticas de esquerda e com a esquerda. "A composição de um futuro Governo é secundária, discuta-se primeiro a política", disse.

 
 
 

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