Seguro responde às críticas internas dizendo que será “firme”

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Foto: Adriano Miranda

O líder do Partido Socialista, António José Seguro, respondeu às críticas de que foi alvo durante a semana dizendo que será “firme” e que os interesses de Portugal “estão acima” dos partidários.

Após vários dias sob fogo de vários críticos, quer na bancada parlamentar (devido à abstenção do PS na votação do código do trabalho) quer do presidente da Câmara de Lisboa, o também militante socialista António Costa, Seguro vem manifestar determinação, em declarações ao semanário Expresso.

“Serei firme no rumo que tracei de defesa dos interesses de Portugal. Os interesses de Portugal estão acima dos interesses partidários”, disse o secretário-geral do PS àquele jornal, que faz manchete com o assunto.

“Estou concentrado no futuro do meu país. É esse o meu dever. É o presente e o futuro que nos move”, acrescentou António José Seguro.

Semana de agitação interna

Vários deputados criticaram a abstenção do PS ontem na votação do Código do Trabalho do Governo. O porta-voz do PS, João Ribeiro, escreveu mesmo no Facebook que “infelizmente, para defender o passado e honrar a assinatura de José Sócrates temos de nos calar contra medidas inaceitáveis”.

O ex-líder parlamentar do PS, Francisco Assis, demarcou-se na quinta-feira desta posição de João Ribeiro. Mas o deputado socialista José Lello acusou a direcção de António José Seguro de ter um comportamento dual, dizendo que importa saber se está a fazer mais oposição aos governos de Sócrates ou ao actual executivo PSD/CDS.

A deputada independe Isabel Moreira acabou por ser a única da bancada do PS a votar contra o Código do Trabalho, apesar de também Sérgio Sousa Pinto ter assumido na véspera que iria votar contra. No entanto absteve-se e assinou uma declaração de voto. Também o histórico José Lello garantira na quinta-feira que votaria contra se no dia seguinte estivesse em Lisboa – estava fora do país.

O ataque mais forte foi no entanto o de António Costa, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. A actual direcção do PS apostou numa “política impossível”, revela-se incapaz de produzir um “discurso sobre o futuro”, disse no programa Quadratura do Círculo, emitido pela SIC Notícias às quartas-feiras à noite.

Costa considerou ainda que Seguro ofende os portugueses quando, perante a crise que o país atravessa, discute questões estatutárias do partido. Já hoje, uma proposta do deputado socialista Renato Sampaio para impugnar a aprovação do processo de revisão dos estatutos foi rejeitada pela Comissão Nacional do PS, com cerca de 85% dos votos.

À entrada para esta reunião da Comissão Nacional do PS, a eurodeputada socialista Ana Gomes disse por seu lado que o PS deverá recusar-se a ratificar o Tratado Orçamental da União Europeia, dizendo que terá implicações “extraordinariamente graves” para Portugal, e defendeu a revisão do memorando da troika, com o qual a actual direcção socialista tem mantido firmemente o compromisso do PS.

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