Seguro insiste que “a saída é com novas eleições”

Líder do PS reage em entrevista à SIC Notícias à decisão do Tribunal Constitucional e à declaração de Cavaco Silva a considerar que o Governo tem condições para terminar o mandato.

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António José Seguro demite-se, se for derrotado nas primárias Rui Farinha

No mesmo dia em que o Presidente da República emitia um comunicado assumindo o seu empenho para que fossem “alcançados os consensos necessários à salvaguarda do superior interesse nacional”, e um dia depois do Tribunal Constitucional ter torpedeado a execução orçamental do Governo, o líder do mais votado partido da oposição não alterava um milímetro o seu posicionamento na crise política instalada. António José Seguro continua a insistir na convocação de eleições antecipadas.

“A saída é com novas eleições”, reiterou o primeiro dirigente socialista numa entrevista à SIC Notícias, tal como já assumira desde que avançou para a moção de censura ao Governo. E, ao contrário do defendido há dois dias por Cavaco Silva, entende que “o Governo não tem condições para resolver o problema”.

E aproveitou ainda para criticar, no seu estilo suave, os que defendem o contrário: “Geralmente, as eleições são sugeridas como um problema para a democracia. Eu não penso assim. As eleições, sobretudo neste momento, são uma solução para o grave problema e para a grave crise que nós temos”.

Recado para as posições assumidas por algumas personalidades da maioria, para ex-dirigentes do PS, que defenderam um acordo dos três principais partidos, mas também para o posicionamento do Presidente. Que tentou colocar na posição de principal desbloqueador da crise, por ser “importantíssimo e fundamental” para a ultrapassar. “O senhor Presidente da República ou olha para a situação política e reconhece que ela é insustentável, ou olha para ela e diz que ela é sustentável", disse, no sábado.

Totalmente afastada, portanto, qualquer hipótese de o PS vir a colaborar com o Governo na procura de uma solução para ultrapassar a presente situação. “O país vai em direcção a uma parede, e querem que o PS se junte a essa locomotiva que vai em direcção a uma parede?”, questionou, antes de despromover categoricamente a capacidade do executivo liderado por Pedro Passos Coelho. “Honestamente, já não espero nada deste Governo”, repetiu Seguro, recorrendo a uma expressão utilizada no debate quinzenal da passada sexta-feira.
 

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