Seguro exclui primárias na Madeira para escolher candidato à chefia do governo

Na região “o PS está bem entregue”, frisou o secretário-geral socialista. Costa fez campanha entre pescadores, em Caxinas.

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António José Seguro Enric Vives-Rubio

O secretário-geral do PS, António José Seguro, opõe-se à realização de eleições primárias na Madeira para escolher o candidato socialista à presidência do governo autonómico, a ser apresentado nas eleições regionais de 2015.

"O PS está muito bem entregue na Madeira”, declarou o líder nacional dos socialistas referindo-se a Victor Freitas. Em declarações prestadas após uma audiência com o presidente da câmara do Funchal, Seguro relevou o “feito histórico alcançado pelo líder regional ao qual atribuiu “o extraordinário resultado obtido pelo PS nas últimas eleições autárquicas” realizadas no arquipélago, onde o PSD perdeu para a oposição sete dos 11 municípios.

Seguro destacou a importância da sua pioneira iniciativa de abrir aos simpatizantes a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro. “Na Madeira não há razões para disputa interna no PS”, declarou, numa reacção a proposta de idêntico processo apresentada por apoiantes locais de António Costa, entre os quais o ex-secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade e o líder parlamentar do PS na assembleia regional, Carlos Pereira. “Na Madeira o que os socialistas devem fazer é focar-se no essencial, que é oferecer aos madeirenses uma alternativa”, porque, frisou, “a autonomia precisa de uma mudança no governo regional”.

Lembrou ainda que em 2004, enquanto líder do grupo parlamentar do PS, tudo fez para "desbloquear e garantir uma nova revisão da Constituição de modo a reforçar a autonomia dos Açores e da Madeira". E prometeu, “como primeiro-ministro de Portugal”, respeitar a autonomia destas regiões.

Defendeu ainda mudanças na Zona Franca da Madeira, sustentando que apenas devem usufruir de benefícios fiscais aquelas empresas nela sediadas que cumprirem o critério de criar investimento e postos de emprego no arquipélago. Na sua opinião, a gestão deve ser “feita por uma sociedade de capitais totalmente públicos”, devendo o dinheiro gerado ser “exclusivamente empregue na região”.

Costa preocupado com pescadores
Já António Costa fez campanha em Caxinas, neste sábado de manhã, com o histórico ex-presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida. E defendeu que é preciso ter sempre no centro das preocupações a pesca e os pescadores, estabelecendo a prioridade de explorar e valorizar a riqueza imensa que é o mar.

Foi no mercado das Caxinas, em Vila do Conde – "uma terra de mar e de pescadores" – que António Costa garantiu a aposta no sector, considerando que, num "país que tem 97% do seu território no mar e só 3% do seu território em terra", o futuro passa pela redescoberta do mar.

"É por isso que não é hoje, não é amanhã, é sempre que nós temos que ter a pesca e os pescadores no centro das nossas preocupações, porque é na pesca e com os pescadores que nós começaremos a descobrir e a reencontrar-nos com o mar, que é uma riqueza imensa que temos por explorar e para valorizar ainda em Portugal", enfatizou.

Para o candidato às primárias de dia 28, "esta uma nova política que tem que ser prioritária para o país".

"Nós que estamos aqui numa terra de mar e numa terra de pescadores sabemos bem que quando o mar está batido e o vento é forte é absolutamente essencial saber para onde querermos ir, ter o rumo traçado, ter a bússola para não perder o Norte mas ter também pulso firme para aguentar o leme e manter o barco no rumo certo e conseguirmos chegar onde queremos chegar", disse.

"Eu ouvi muita gente dizer-me neste mercado que a vitória já está ganha, mas é preciso dizer o seguinte: há muita confiança mas não pode haver distrações porque as vitórias nunca existem antecipadas, as vitórias só se conquistam nas urnas e as urnas só se abrem no dia 28 e é por isso preciso votar, para ganharmos mesmo", apelou.

Costa referiu-se ainda ao "sorriso e um brilhozinho nos olhos" que tem visto reacender nos militantes e simpatizantes do PS que confiam agora que "mudando o PS podemos ajudar a mudar Portugal e a construir um futuro de confiança para todos os portugueses". Com Lusa

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