Seguro diz que Portugal vive na “iminência de ruptura social”

Secretário-geral do PS contrariou Passos Coelho ao defender uma “mudança de caminho”.

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Secretário-geral do PS defende que “portugueses não aguentam mais sacrifícios” Rui Gaudêncio/arquivo

À saída da reunião com Cavaco Silva, António José Seguro justificou o encontro com a “enorme gravidade” da situação dos portugueses. “É necessário pôr um travão a esta situação”, afirmou o secretário-geral do PS, acrescentando: “Os portugueses não aguentam mais sacrifícios.”

O líder socialista argumentou que “basta andar pelo país e falar com os portugueses” para perceber que “este caminho falhou”. Seguro vincou que Portugal está na “iminência de ruptura social”, alertando que “é necessário mudar de caminho”.

Pedro Passos Coelho defendeu esta manhã que Portugal está “na direcção correcta” e, sobre essas declarações, o secretário-geral do PS constatou: “Eu e os portugueses não compreendemos as declarações do primeiro-ministro.”

Seguro sublinhou que Portugal precisa de uma “estratégia credível”, já que “a receita da austeridade não alcançou nenhum objectivo e agravou todos os problemas”. O dirigente socialista considerou que “o principal problema é desemprego”.

“Não estamos em condições de perder esta oportunidade para mudar toda a nossa estratégia de consolidação orçamental e colocar a prioridade no crescimento económico e nos emprego”, afirmou Seguro sobre a visita da troika a Portugal durante a próxima semana para realizar a sétima avaliação.

“A responsabilidade de um Governo é reconhecer que falhou, é assumir esse falhanço e aproveitar esta oportunidade para renegociar as nossas condições de ajustamento”, acrescentou.

Questionado sobre os protestos que têm ocorrido nos últimos dias, António José Seguro lamentou as ocorrências, mas vincou que “a liberdade de expressão é um direito que deve ser respeitado”.
 
 

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