Seguro diz que pagar o que se deve é uma questão de honra e rejeita perdão de dívida

A ronda de reuniões do PS com os partidos parlamentares foi "enriquecedora", mas também esclarecedora. À esquerda, o líder socialista deixou claro que a sua fronteira é o perdão da dívida. À direita, a recusa das políticas de austeridade

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António José Seguro Nuno Ferreira Santos

"Quanto mais dificuldades ou maiores as dificuldades para haver convergências, maior a necessidade de o futuro governo ter estabilidade para executrar o seu projecto político", afirma Seguro ao PÚBLICO, exprimindo assim uma das conclusões que tirou destes encontros.

A segunda conclusão que tirou é a de que as convergências ou se fazem no início da legislatura, ou já não se fazem. E a terceira é que essas convergências têm de ser muito precisas em função de medidas concretas.

O líder do PS prefere falar em caminhos, mas as reuniões com os partidos realizadas a seu pedido mostraram sobretudo fronteiras.

À esquerda, Seguro deixa claro considerar que deve ser feita a renegociação do memorando, que a taxa de juros paga por Portugal deve baixar, deve haver mais tempo para cumprir as metas do défice e defende a mutualização da dívida acima dos 60%, no âmbito de soluções que, diz, têm de ser tomadas no contexto europeu.

Mas rejeita vir a pedir perdões de dívida, como defendem BE e PCP e como já aconteceu duas vezes na Grécia.

À direita, o líder socialista critica sobretudo as políticas de austeridade pela austeridade e defende a indexação do défice fiscal à evolução da economia.

Seguro insiste na necessidade de investir no crescimento da economia e no combate ao desemprego, através de medidas de apoio às empresas e em particular no pagamento das dívidas do Estado às empresas. "O Estado tem de dar o exemplo e pagar a tempo e horas", sublinha.

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