Seguro diz que “ninguém leva a sério” o primeiro-ministro

Líder do PS critica Passos por vir apelar agora à união nacional que recusou há dois anos e por considerar que a carga fiscal é um desincentivo ao investimento, quando foi o próprio quem aumentou os impostos.

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“Declaro por minha honra que descerei o IVA da restauração de 23% para 13%”, prometeu Seguro Rui Gaudêncio

O secretário-geral do PS defendeu este domingo que “ninguém leva a sério” o primeiro-ministro, recordando que Passos Coelho afirmava, há dois anos, que a união nacional “não é desejável”, apelo que agora lançou publicamente.

De visita a Vila Nova de Cerveira, António José Seguro reagiu ao apelo do primeiro-ministro à “união nacional”, hoje reafirmado por Passos Coelho, com um recorte de jornal, citando Passos Coelho.

“Tenho aqui um recorte de há dois anos, com declarações do mesmo primeiro-ministro, em que dizia: 'União nacional não é desejável em Portugal'. Ninguém leva a sério este primeiro-ministro. É preciso que na política a palavra seja honrada. Não se pode dizer uma coisa hoje e fazer o contrário amanhã”, afirmou Seguro, aos jornalistas.

O primeiro-ministro disse na sexta-feira que o país precisa de um “clima de união nacional - não é de unidade nacional, é de união nacional - que permita essa convergência”, apelo que reafirmou este domingo.

Em Alijó, Pedro Passos Coelho afirmou, ainda, que o país não consegue recuperar a economia para o futuro aumentando impostos e considerou que a carga fiscal elevada é um desincentivo ao investimento das empresas. Palavras que tiveram eco durante a visita do secretário-geral do PS à bienal de Vila Nova de Cerveira.

“Os portugueses têm muita dificuldade em levar a sério este primeiro-ministro. Porque ele vem dizer que os impostos são inimigos da economia, mas foi ele que fez o maior aumento de impostos da história da nossa democracia. Este ano os impostos aumentaram mais de 30%. Como é que se pode levar a sério este primeiro-ministro?”, questionou Seguro.

O líder socialista sublinhou que Portugal precisa de “um Governo e de um primeiro-ministro confiável e competente” para “tirar o país da crise”, afirmando que com este executivo “não bate a bota com a perdigota”. “Nós precisamos de ter um primeiro-ministro que honre os seus compromissos, que honre a palavra dada. E não é manifestamente o caso”, disse ainda.

Durante a visita à Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que reúne mais de 200 trabalhos de artistas de várias nacionalidades, António José Seguro assumiu por escrito, com uma declaração que assinou no momento e que entregou a um comerciante que se encontrava no local, a intenção de reduzir o IVA para os restaurantes dos actuais 23% para 13%.

“Declaro por minha honra que descerei o IVA da restauração de 23% para 13%”, lê-se na declaração, escrita pelo próprio Seguro, no momento.
 

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