Seguro critica flexibilização das metas do défice "às pinguinhas"

Líder do PS diz que a realidade lhe tem dado razão e que não é com "um bocadinho de défice hoje" e com "um bocadinho de dívida amanhã" que Portugal deve renegociar o programa de ajustamento.

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"Já vamos tarde", diz António José Seguro Rui Farinha

António José Seguro, secrteário-geral do PS, defendeu nesta segunda-feira que a renegociação do programa de ajustamento económico-financeiro "não deve ser feito às pinguinhas" e que o Governo português já parte atrasado para este processo.

"Há imenso tempo que venho defendendo mais tempo para Portugal consolidar as contas públicas e mais tempo para criar as condições para o desenvolvimento da economia, tendo em vista preservar postos de trabalho e criar novas oportunidades de emprego, em particular para os mais jovens. Considero que o processo de renegociação não deve ser feito às pinguinhas, na lógica de hoje um bocadinho um défice, amanhã um bocadinho a dívida", disse Seguro no final da conferência Next Left e os movimentos sociais, Por um novo contrato social, que decorreu nesta segunda-feira na Universidade Nova de Lisboa.

Seguro criticava assim a estratégia do Governo português para a renegociação das metas do défice para 2014, sublinhado que a política de austeridade deu provas de que falhou e que é "imperativo" renegociar as condições do programa para colocar o país numa rota de crescimento e de criação de emprego.

"É preciso renegociar as condições para Portugal ter taxas de juro mais baixas, mais maturidade, mais tempo para a consolidação das contas públicas e uma agenda para promover o emprego e o crescimento. A realidade tem-nos dado razão", disse o líder do PS.

Seguro voltou a referir os números do desemprego para ilustrar a necessidade de Portugal agir rapidamente: "É necessário que tanto em Portugal como na Europa se desperte para esta situação. É preciso agir e já vamos tarde. O Governo precisa de iniciar rapidamente o processo de renegociação".

 

 

 

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