Seguro considera surpreendente silêncio de Cavaco na actual crise política

Entrevista à SICN.

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António José Seguro: após a "ruptura" chega a censura ENRIC VIVES-RUBIO

O secretário-geral do Partido Socialista, António José Seguro, considerou nesta quarta-feira “surpreendente” que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, se mantenha calado na actual crise política, durante uma entrevista à jornalista Ana Lourenço, na SIC Notícias.

“É surpreendente que o Presidente da República esteja em silêncio”, disse Seguro, depois de criticar o Executivo, a quem acusou de “afrontar” o Tribunal Constitucional.

“Muito me admira a posição do Presidente da República, que não diz absolutamente nada sobre esta situação”, insistiu.

Seguro disse também que Cavaco Silva deveria obrigar o Executivo a revelar a carta que dirigiu ao FMI, perante a recusa do primeiro-ministro em fazê-lo.

“Se o primeiro-ministro não quer divulgar a carta, o Presidente da República deve obrigá-lo a fazê-lo”, afirmou o dirigente socialista.

O PS entregou na terça-feira um requerimento no parlamento a exigir ao primeiro-ministro que divulgue imediatamente a carta de intenções ao FMI.

Os socialistas acusaram o Governo de estar a “preparar com a troika (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) um programa pós-troika” e que “pretende fazê-lo nas costas dos portugueses”.

Criticando o Governo, por ter seguido uma “estratégia de empobrecimento”, Seguro contrapôs que a sua prioridade é a do “emprego e crescimento”, a concretizar com um plano de reindustrialização, a financiar com fundos comunitários.

Sobre a situação interna do PS, Seguro disse que não está “agarrado ao poder” nem vê divergências programáticas com o seu rival na disputa da liderança, António Costa, de quem lembrou ter sido o número dois de José Sócrates, quando este dirigiu os socialistas.

António José Seguro repetiu ainda a sua intenção de separar política dos negócios, insistindo: “Quero bater-me por uma forma diferente de fazer política”.

 

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