Seguro ambiciona "maioria absoluta" para governar

Depois de ter afirmado que o Governo não tem legitimidade para aplicar as propostas do FMI, o secretário-geral do PS aponta agora as "linhas vermelhas" a partir das quais quer eleições.

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António José Seguro Daniel Rocha

O secretário-geral do PS, António José Seguro, ambiciona “uma maioria absoluta” para governar, apontando a necessidade de “estabilidade para executar as propostas” que tem para o país.

“Eu ambiciono uma maioria absoluta porque só com uma maioria absoluta é que eu terei estabilidade para executar a proposta que proponho aos portugueses”, disse, no programa Opinião Pública da SIC Notícias, acrescentando não confundir “maioria absoluta com poder absoluto”.

António José Seguro considerou ainda “impossível governar” o país, “em particular no momento em que está”, sem “um diálogo permanente, consensos e concertação social”, mesmo “com maioria absoluta”.

“E essa é uma das críticas que eu faço a este Governo, que se isolou”, apontou.

O líder socialista disse ainda ser “um defensor da estabilidade política”, recusando-se a “brincar às eleições ou à queda dos governos”. Seguro disse existirem, apesar disso, “linhas vermelhas” que o PS não aceitará “que sejam pisadas”.

E apontou a altura em que o Governo “surpreendeu o país” com a proposta para o agravamento da Taxa Social Única (TSU), em Setembro do ano passado, como uma altura em que os socialistas estiveram “muito próximo” de apresentar uma moção de censura.

“Fui muito claro, não hesitei, e disse que se o governo avançasse com essa proposta o PS apresentava uma moção de censura. E o Governo recuou. Eu traço linhas vermelhas. E se o Governo pisar linhas vermelhas que para nós serão impossíveis de ultrapassar, naturalmente que não hesitarei e é essa a minha responsabilidade”, salientou.

Questionado sobre outras “linhas vermelhas” intransponíveis para o PS, António José Seguro respondeu: “As propostas constantes do documento do FMI, se elas todas forem aplicadas ou uma parte delas for aplicada e que fira o mandato que foi atribuído ao doutor Pedro Passos Coelho, naturalmente que pisa uma linha vermelha”.

A este propósito, instado a indicar se este pode motivo para apresentação de uma moção de censura por parte dos socialistas, Seguro disse apenas que não trabalha “em cenários” - “trabalho perante a realidade, essa é a minha responsabilidade”, frisou.

Comentando a possibilidade de um regresso próximo do país aos mercados financeiros, noticiada hoje pelo Diário Económico, o secretário-geral indicou que este “deve ser um objectivo nacional” e que “o PS contribuiu muito para isso”.

“E, portanto, quando se der o regresso aos mercados é algo de muito positivo para o nosso país (...) e eu não quero fazer do regresso aos mercados um momento de disputa partidária porque esse é um objectivo nacional e esse sentido de responsabilidade eu quero reafirmá-lo aqui”, observou.

Contudo, acrescentou, “é importante saber quais são as taxas de juro” a que o país se financiará. “Precisamos de regressar aos mercados com taxas de juro inferiores às que estamos a pagar pela nossa dívida”, defendeu.
 
 

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