PS tem sondagem que lhe dá 39% de intenções de voto em legislativas

Inquérito da Intercampus foi feito no passado fim de semana e dá 27% ao PSD. Seguro fala em nova "relação de confiança" com os portugueses.

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Seguro diz que não está deslumbrado com a vitória nas autárquicas Rui Gaudêncio

O PS encomendou uma sondagem à Intercampus para avaliar as intenções de voto em eleições legislativas e o resultado foi-lhe favorável: 39% contra 27% do PSD.

De acordo com os resultados do inquérito, que se encontra depositado na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), foram efectuadas 1000 entrevistas telefónicas no sábado e domingo passados, coincidindo com as eleições autárquicas, e as conclusões apontam para uma percentagem próxima da maioria absoluta caso as legislativas se realizassem agora: 39% das intenções de voto para os socialistas contra 27% para o PSD.

A terceira força política mais popular neste inquérito foi a CDU (coligação PCP/PEV) com 11%, seguido do BE, com 7%. O CDS foi o partido que registou as mais baixas intenções de voto, apenas 4% dos inquiridos. Os brancos e nulos foram, também aqui, muito elevados: 12%.

Com esta sondagem no bolso e os resultados das autárquicas na parede, António José Seguro abriu a reunião de quinta-feira à noite da comissão política nacional do PS a afirmar que há uma “nova relação de confiança” com os portugueses. Salientou a “vitória histórica” nas eleições autárquicas, mas avisou que não se deslumbra com os resultados e anunciou que a convenção Novo Rumo para Portugal arranca já este mês, com o lançamento de um documento que será aberto à subscrição pública.

“Há uma nova relação de confiança entre o Partido Socialista e os portugueses”, afirmou Seguro à comissão política nacional, salientando o facto de o PS ser o único partido com câmara em todos os distritos do país, governar 11 das 23 autarquias com mais de 100 mil eleitores e ter conquistado a presidência da ANMP e da Anafre.

“Mas esta vitória não nos deslumbra”, acrescentou o secretário-geral citado ao PÚBLICO por fonte próxima do líder, que explicou que Seguro se referia tanto à realidade do país e dos portugueses como à dos próprios resultados eleitorais. Referindo-se à abstenção recorde e ao elevado número de votos brancos e nulos, constatou que há portugueses desiludidos com a política e que não se revêem na oferta eleitoral que têm.

“As pessoas estão mais exigentes com o cumprimento da palavra dada, com a utilização de dinheiros públicos”, frisou, mas lembrando o “esforço” feito pelo seu partido para não candidatar noutras geografias autarcas que atingiram o limite de mandatos nem outros sob quem exista processos-crime.

Um dos instrumentos que anunciou para tentar recuperar essa ligação aos eleitores é o método para o lançamento da convenção “Novo Rumo para Portugal”. Como anunciou, o texto base será apresentado já em Outubro e será aberto à subscrição pública no site do partido.

De acordo com a mesma fonte, Seguro avançou ainda que o texto de lançamento da convenção tem uma prioridade – a competitividade e o emprego – e três pilares: “Um novo desenvolvimento, um novo compromisso com o contrato social e a nova Europa”.
 
 

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