Secretário de Estado contestado diz-se "tranquilo"

Franquelim Alves nega ter escondido passagem pelo grupo do BPN e diz que contestação é "uma falsa questão".

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Franquelim Alves (ao centro) passou pelo grupo SLN, que detinha o BPN Nuno Ferreira Santos

O novo secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação mostrou-se nesta sexta-feira "perfeitamente tranquilo" com a entrada no executivo, definindo como uma "falsa questão" as dúvidas sobre a sua passagem pelo grupo SLN/BPN.

"Houve sempre dois factores determinantes que pautaram a minha conduta e nunca foram postos de lado: o rigor e a exigência", disse Franquelim Alves à agência Lusa, em declarações feitas depois de ter tomado posse numa cerimónia no Palácio de Belém.

O novo secretário de Estado lembra que foi administrador da SLN/BPN (Sociedade Lusa de Negócios/Banco Português de Negócios) "com o objectivo de tentar recuperar a área não financeira do grupo" e que nessa passagem seguiu "a mesma atitude e comportamento" com que tem pautado os seus "43 anos de vida profissional": "Estou perfeitamente tranquilo", declarou.

O PCP havia afirmado esperar que o Presidente da República se recusasse a empossar Franquelim Alves no cargo de secretário de Estado, alegando que omitiu a sua passagem pelo grupo SLN/BPN e as imparidades no Banco Insular.

Questionado pela Lusa sobre o assunto, Franquelim Alves diz que esta é uma "falsa questão" e que "toda a gente" sabe onde trabalhou.

"Não faço a mínima ideia a que currículo o PCP se está a referir. Genericamente tenho sempre assumido as minhas funções em todas as frentes, toda a gente sabe onde trabalhei. É uma falsa questão", sublinhou, adiantando também que o currículo que estará em breve na página Internet do Governo foi por si organizado e compilado.

Sobre as críticas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que se mostrou preocupada com a escolha de Franquelim Alves para a pasta, temendo "cedências" à Jerónimo Martins, onde foi director financeiro, na regulação das relações da cadeia agro-alimentar, o governante responde no mesmo sentido.

"O facto de ter trabalhado neste ou naquele sítio não me cria qualquer restrição nem inibição e toda a gente sabe isso. Não faço concessões nem admito qualquer tipo de atitude menos clara do ponto de vista daquilo que são as minhas obrigações", nota o secretário de Estado.

Franquelim Alves diz que vai estudar com "seriedade e profundidade" a pasta que assume a partir de hoje e diz querer "aprofundar" o trabalho desenvolvido até aqui e ajudar a transformar o tecido empresarial português, garantindo "instrumentos estratégicos no apoio às empresas e empreendedores num período particularmente complexo".

"Nesta altura é prematuro anunciar seja o que for", adverte contudo, lembrando que primeiro há que estudar as pastas e os dossiês da secretaria de Estado.

O Presidente da República, Cavaco Silva, deu hoje posse a sete novos secretários de Estado do XIX Governo Constitucional.
 

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