Rui Tavares e Poiares Maduro num duelo ideológico na Universidade de Verão do PSD

Socialista António Vitorino regressa à "semana académica" dos jovens quadros do PSD.

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Rui Tavares, fundador do Livre Fernando Veludo / NFACTOS

Rui Tavares é este ano o político da esquerda convidado para debater na Universidade de Verão do PSD, que se realiza entre 1 e 7 de Setembro. O dirigente do partido Livre, ex-eurodeputado eleito pelo BE, terá como interlocutor o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, numa espécie de duelo ideológico.

O líder da JSD, Hugo Soares, explica ao PÚBLICO que a participação na universidade dos sociais-democratas de figuras de outros espectros políticos insere-se na tradição da iniciativa organizada pelo PSD, JSD, Instituto Sá Carneiro e Partido Popular Europeu.

“Não se trata de uma grande novidade termos nomes que vêm de famílias políticas diferentes. É, aliás, a marca distintiva da nossa Universidade de Verão”, afirma ao PÚBLICO, recordando a participação, em anos anteriores, de políticos como Mário Soares, Luís Amado ou António Vitorino. 

O socialista Vitorino estará, aliás, presente também este ano, numa lista de convidados que integra ainda os governantes Maria Luís Albuquerque e Moreira da Silva. Quem também irá a Castelo de Vide nesta primeira semana de Setembro é o sociólogo António Barreto, à semelhança do ano passado. Este ano debaterá com os jovens quadros do PSD os 40 anos de democracia.

Rui Tavares e Miguel Poiares Maduro debaterão, dia 2 de Setembro, se ainda faz sentido, em termos ideológicos, traçar uma fronteira entre direita e esquerda. O fundador do partido Livre estará do lado do "sim" e o governante explicará porque não concorda com esta divisão.

Tavares explica ao PÚBLICO que "faz sentido falar de esquerda e direita e faz mais sentido do que nunca, desde a Segunda Guerra Mundial". E enumera os "troféus" da esquerda: sindicalização, férias pagas, Serviço Nacional de Saúde, direito à diferença, objecção de consciência, e outros. Para o historiador e dirigente do livre, os que não apontam essas diferenças são "os que estão a ganhar num determinado momento,é a direita".

"O objectivo da minha acção política é atirar o PSD para oposição e que deixá-lo lá muito tempo", diz, defendendo que as esquerdas europeias e progressistas devem ter o objectivo de encerrar um logo ciclo de predomínio de políticas conservadoras e neoliberais. "Para isso, é preciso ter uma convicção muito forte sobre o que é a esquerda e a direita, são os pontos cardiais da política", acrescenta Rui Tavares.

A universidade inaugurou no ano passado uma espécie de frente-a-frente. Em 2013, o tema eleito para discussão entre dois sociais-democratas foi a co-adopção. A deputada Mónica Ferro defendeu o projecto de lei então já aprovado na generalidade na Assembleia da República (que viria depois a ser chumbado na especialidade), enquanto o outro parlamentar do PSD levantava reservas sobre a matéria.

Para este ano, Hugo Soares confirma que foram recebidas cerca de 340 candidaturas, sendo seleccionados 100 participantes. “São a nossa selecção nacional”, diz o também deputado. Cumprindo a tradição, Pedro Passos Coelho encerrará os trabalhos e Marcelo Rebelo de Sousa não deixará, como sempre, de marcar presença nesta "semana académica" dos sociais-democratas.

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