Rio não acrescenta nada ao nada que tem dito sobre o seu futuro político

Ex-autarca esteve num jantar que foi apontado como uma espécie de rampa de lançamento da sua candidatura a Belém.

Foto
Manuel Roberto

Rui Rio continua sem abrir o jogo sobre o seu futuro político. “Não vou acrescentar nada ao nada que já disse”, sublinhou o ex-dirigente nacional do PSD esta sexta-feira à noite, à entrada de um jantar-conferência, no Palácio da Bolsa, que tinha o bispo do Porto, D. António Francisco, como convidado. Questionado se o jantar seria uma espécie de rampa de lançamento da sua candidatura a Belém, o antigo presidente da Câmara do Porto, que ainda esta semana disse que havia muita poeira sobre as presidenciais, afirmou: “O jantar serve para encontrar amigos que já estiveram comigo na câmara e outros”. “Isto é uma sessão com o bispo do Porto e eu estou aqui como qualquer outra pessoa”, sublinhou.

Os jornalistas ainda insistiram, perguntando-lhe se gostaria de ser Presidente da República, mas o antigo secretário-geral do PSD respondeu da mesma forma: “Não vou acrescentar nada ao nada que já disse”. Desta forma, fica em aberto se o seu eventual regresso à vida política activa passa pelas presidenciais ou por uma eventual candidatura à liderança dos sociais-democratas.

O palco foi, assim, exclusivamente para D. António Francisco, que há pouco mais de um ano veio ocupar a diocese do Porto. Para além de Rio, o jantar contou com a presença de muitas personalidades do partido. A concelhia esteve em peso na iniciativa. Uma das presenças mais notadas no jantar, que decorreu no âmbito do ciclo de conferências-debate denominadas Ao Encontro do Porto, foi a do eurodeputado Paulo Rangel. Uma fonte social-democrata disse ao PÚBLICO que, a partir de agora, Paulo Rangel passará a participar em mais iniciativas do partido. E porquê? Porque há no PSD quem olhe para o antigo líder da bancada parlamentar como uma reserva, caso o partido tenha um mau resultado nas legislativas.

À entrada do Palácio da Bolsa, Rangel foi questionado sobre se Rio seria um bom Presidente da República ao que o eurodeputado respondeu: “Não tenho dúvida que seria, se quisesse”. Rangel considera que “há muita poeira à volta das presidenciais”, mas, acrescentou, “é do lado do PS”.

Rio continua disponível para marcar presença em eventos para os quais é convidado. Na próxima semana estará numa conferência organizada pela concelhia do PSD-Porto sobre a Reforma do Sistema Político, um tema que lhe é muito caro. O ex-autarca portuense já não pede vagas de fundo, mas promete que vai “estar atento” ao desejo das pessoas.
Desde essa altura, nada se alterou. Rio ainda não decidiu o que fazer e, em privado, vai comentando o que se escreve sobre si quando ele próprio ainda não decidiu se avança, como alguns defendem, para uma candidatura presidencial para tirar espaço a Marcelo Rebelo de Sousa ou se prefere disputar a liderança do partido, sucedendo a Passos Coelho.  Apesar da notória popularidade de Marcelo junto das bases do partido, Rio aparece bem posicionado nos estudos de opinião, ganhando terreno ao professor.

Sugerir correcção
Comentar