Recandidatura de Passos Coelho é "problema dele", responde Alberto João Jardim

Intenção do primeiro-ministro de concorrer às próximas legislativas não entusiasma chefe do Governo Regional da Madeira.

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Governo Regional da Madeira poderá ser obrigado a vender o Jornal da Madeira. Adriano Miranda

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, afirmou no sábado que uma eventual recandidatura do primeiro-ministro e líder social-democrata às próximas eleições legislativas “é um problema dele”, reiterando não ser um “entusiasta deste PSD”.

Aos jornalistas, à chegada ao aeroporto da Madeira após ter participado esta semana em reuniões em Estrasburgo e na Suécia, quando confrontado com esta questão, Alberto João Jardim respondeu: “Problema dele, não é meu”.

“Eu não me vou recandidatar a mais nada. O meu programa está definido, é fazer no final de 2014 o congresso do PSD e, a partir do início de 2015, com a maioria que o PSD tem na Assembleia [Legislativa da Madeira], haver um novo presidente do Governo”, afirmou o também líder do PSD/Madeira, acrescentando: “Eu sou social-democrata, não sou entusiasta deste PSD”.

O primeiro-ministro e presidente do PSD disse em entrevista ao semanário Expresso, no sábado, que o normal é recandidatar-se nas próximas eleições legislativas, tendo declarado que o seu programa "pressupunha duas legislativas" e que "não há razões para desistir".

Sobre a participação em Estrasburgo no Congresso dos Poderes Locais e Regionais do Conselho da Europa, o presidente do executivo madeirense adiantou que estão a ser elaboradas algumas propostas a fazer ao Conselho de Ministros do Conselho da Europa “no sentido de acautelar os direitos das regiões e dos municípios” num momento “em que há um forte fenómeno de centralização na Europa”.

“Uma das propostas que apresentei foi no sentido de haver, tal como existe o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem em Estrasburgo, também uma corte de natureza internacional para poder dirimir conflitos entre os estados centrais e as suas regiões e os seus municípios”, disse Alberto João Jardim, considerando que essa proposta “vai fazer urticária a todos os estados centrais”.

A este propósito, sustentou: “Quando há conflitos entre duas partes não é correcto uma das partes ter o direito de dirimir o conflito”.

Na Suécia, onde esteve na reunião do Bureau Político da Conferência das Regiões Periféricas Marítimas, Alberto João Jardim destacou a “solidariedade” expressa para com a posição do Parlamento Europeu “em relação ao orçamento da União Europeia que o Parlamento considerou desastroso”, no que é, igualmente, subscrito pelas regiões.

“Era importante esta reunião para assumirmos esta posição e dar a força das regiões ao Parlamento Europeu para manter esta posição do não ao Orçamento europeu enquanto ele não for alterado”, declarou.

Segundo Alberto João Jardim, neste encontro foi também abordada a substituição a operar no combustível usado pelos navios no âmbito da protecção ambiental dos mares.

“Se formos para o combustível gás nos navios, vai ser importante porque tanto os Açores como a Madeira vão tornar-se de novo tal, como no tempo do carvão, pontos importantes” ao nível do abastecimento, acrescentou o presidente do Governo Regional da Madeira.

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