Reacções dos partidos à entrevista de José Sócrates

No seu regresso, José Sócrates voltou a dividir. Convidada do debate da RTP Informação sobre a entrevista em que o ex-primeiro-ministro quebrou um silêncio de quase dois anos, a deputada social-democrata Francisca Almeida criticou-o por ter um discurso voltado para o passado. “Interessa muito pouco aos portugueses discutir o passado. Espero que o comentário político do antigo primeiro-ministro consiga passar da conversa sobre as políticas anteriores.”

Ao PÚBLICO, o também social-democrata Santana Lopes lamentou não ter visto naquela entrevista “nenhum sinal de projecto político”. “Como português gostava de ver alternativas para o futuro do país e foi muito falado o passado”, explicou. Para Santana Lopes, que vê esta entrevista como um “ajuste de contas”, Sócrates foi “muito violento com o Presidente da República”, apesar de reconhecer que Cavaco Silva “se pôs muito a jeito”.

Na RTP Informação, o socialista João Galamba sublinhou que “é bom que Sócrates participe na conversa da qual faz parte há dois anos”. O deputado acrescentou que “José Sócrates é um político profissional, que se prepara como ninguém”.

“José Sócrates pode usar todo o revisionismo, mas as pessoas não são tontas”, reagiu o eurodeputado democrata-cristão Nuno Melo no mesmo programa. “A intervenção foi de uma enorme infelicidade porque já não interessa nada.”

Já o deputado comunista António Filipe lembrou que “isto não é um desempate do concurso dos piores” no apuramento de responsabilidades políticas. “Estamos num jogo do empurra quando isto foi muito partilhado”, afirmou. Para Ana Drago, do Bloco de Esquerda, é “estranho” que Sócrates regresse justamente agora. Ao centrar o debate no passado, argumenta, Sócrates está a tentar fugir às suas responsabilidades actuais.

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