Quem com ferro mata...

A morte política de Costa já está anunciada, seja qual for o desfecho próximo.

No rescaldo de uma grave derrota eleitoral pessoal e partidária nas eleições do passado Domingo, António Costa foge para a frente e ensaia acordos à esquerda do PS que lhes possam assegurar (a ele e ao partido) a sobrevivência.

Mas a morte política de Costa já está anunciada, seja qual for o desfecho próximo neste contexto.

Com um acordo à esquerda (que o Presidente da República não sufragará), o PS de Costa não terá forma de explicar à maioria dos Portugueses o inevitável compromisso – dissimulado e portanto democraticamente inaceitável a todos os títulos - com o programa eleitoral do PCP e o manifesto eleitoral do Bloco de Esquerda, que resumem propostas concretas tão alucinadas como a renegociação unilateral da dívida nos prazos, juros e montantes, a intervenção com vista ao desmantelamento da União Económica e Monetária, e o estudo e a preparação para a libertação do País da submissão ao euro (PCP), ou como a desobediência às atuais regras europeias, o confronto com as actuais instituições europeias com preparação de todas as consequências possíveis e a saída da NATO (Bloco de Esquerda).

Resta ao PS a única alternativa politicamente verdadeira e séria, que é um acordo feito à sua direita com a Coligação ganhadora das eleições.

A única consentânea com os resultados eleitorais.

Constitucionalmente, a única possível e a única desejável para Portugal e para os Portugueses.

A única que pode ser estável.

Mas creio que Costa não vai conseguir chegar a essa “praia”, amarrado irrecuperavelmente à sua mortífera retórica eleitoral.

O PS democrático reclama urgentemente outra liderança.

Advogado, conselheiro Nacional do CDS

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