PS-Porto mobiliza ex-ministros de Sócrates para debate sobre "a urgência da política"

Gabinete de Estudos dos socialistas lança Academia para a Formação e o Debate, que arranca no sábado com Francisco Assis, que falará sobre "O que é ser de esquerda hoje".

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Fernando Veludo / NFactos

O presidente da distrital do PS-Porto, José Luís Carneiro, não se pronuncia sobre a participação de independentes nas listas do partido - "esse não é o tempo" -, mas defende “soluções inovadoras para os partidos ultrapassarem e vencerem os problemas que enfrentam”.

Numa altura em que as candidaturas independentes vão ganhando espaço, José Luís Carneiro reconhece que “os partidos são espaços onde se manifestam clivagens, por vezes de grande conflitualidade ideológica e pessoal em função das escolhas das pessoas que se fazem para desempenhar funções políticas ou públicas” e diz que é preciso “encontrar soluções inovadoras” para os partidos superarem os seus problemas.

Na apresentação, esta segunda-feira, da Academia para a Formação e o Debate da federação distrital do Porto do PS, o dirigente socialista destacou a importância da iniciativa, cujo objectivo é contribuir para a valorização política dos militantes numa lógica inovadora de debate de formação. E recordou as várias acções desenvolvidas pela federação a que preside na área da formação política, não só para militantes, mas também abrindo-as a “cidadãos não comprometidos com os partidos políticos".

Questionado pelos jornalistas no final da conferência de imprensa a dizer se é favorável à participação de independentes nas listas do PS para a Assembleia da República ou para os órgãos autárquicos, o dirigente evitou responder, ao contrário do ex-líder federativo, Francisco Assis, que, quando se candidatou à distrital do PS-Porto, defendeu claramente que os partidos devem abrir-se a uma maior participação independente.

“Só seremos de novo respeitados se as pessoas virem o PS a discutir soluções concretas para os seus problemas”, declarou na altura Assis, afirmando que “só assim se pode contrariar a progressiva desconfiança dos cidadãos em relação à política em geral e aos partidos em particular”.

Mais tarde, ao PÚBLICO, José Luís Carneiro explicou que “as clivagens não acontecem apenas nos partidos políticos, mas também em instituições como a Igreja Católica, em instituições humanitárias, em associações culturais, recreativas (…)”, preconizando ao mesmo tempo “soluções que permitam encontrar respostas que tornem os partidos mais fortes e permitam ter uma democracia com mais qualidade”.

Francisco Assis é o primeiro orador de um ciclo de debates que a Academia para a Formação e o Debate vai realizar até finais de Março. A nova estrutura inicia a sua actividade com um primeiro ciclo de sessões intitulado "A urgência da política",que começa já este sábado na sede da própria Distrital com uma palestra de Francisco Assis sobre o tema "O que é ser de esquerda, hoje", com moderação de Carlos Lage. Dois antigos ministros do PS, Teixeira dos Santos e Augusto Santos Silva estão já confirmados, assim como o secretário-geral, que estará presente a 22 de Março. O vereador e presidente da Concelhia do Porto do PS, Manuel Pizarro, participará também numa mesa redonda agendada para 15 de Fevereiro.

O líder federativo disse que a Academia começou a ser preparada há seis meses pelo Gabinete de Estudos da Distrital socialista, explicando que o objectivo é a "formação política" dos militantes do partido. "Realizámos entre 2012 e 2013 formações que envolveram cerca de 500 autarcas de todo o distrito", detalhou, referindo que "o caminho de qualificação da vida democrática do partido, de formação política e de reforço da cidadania no distrito e na região tem vindo a ser prosseguido incessantemente pela distrital".
 
 
 
 
 

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