PS quer aproveitar élan das primárias para relançar o partido no Porto

Líder da concelhia declara que a intervenção política do PS não se pode reduzir às campanhas eleitorais e por isso quer envolver os simpatizantes que votaram nas primárias na discussão dos temas da cidade.

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Manuel Pizarro já admitiu que o PS pode não apresentar candidatura às autárquicas, apoiando antes Rui Moreira Adriano Miranda

A concelhia do PS-Porto quer abrir o partido aos simpatizantes que no domingo participaram activamente nas eleições primárias em que António Costa obteve uma vitória política, conseguindo conquistar a confiança de militantes e simpatizantes.

“A ideia é dar um sinal a partir do Porto de abertura do partido à sociedade e aproveitar uma nova liderança do PS e a forma como ela foi alcançada com uma gigantesca participação popular, para relançar o PS como o grande partido da cidade e das suas causas”, expõe o presidente da concelhia do PS-Porto, Manuel Pizarro.

Em declarações ao PÚBLICO, Pizarro sublinha: “Nós não podemos reduzir a intervenção política do PS às campanhas eleitorais. Temos que estabelecer uma ligação mais profunda com os cidadãos. Acho que esta é uma das formas de legitimar a vida política e de devolver a ligação entre os partidos e as pessoas – Isso é mais necessário do que nunca”.

Dois dias após as primárias, a concelhia fez um balanço das eleições e aprovou um plano de acção política, que arranca no dia 18 de Outubro com uma iniciativa designada Fórum da Cidade, aberto a todos os militantes e simpatizantes do PS que aderiam às primárias. Este debate será sobre um tema genérico – o primeiro ano de governação autárquica do Porto de Rui Moreira em coligação com os socialistas -, mas os próximos terão um tema específico.

Paralelamente, a concelhia irá promover um ciclo de debates, o primeiro dos quais está marcado para 8 de Novembro e o tema tem a ver com questões de mobilidade no Porto e na área metropolitana.

Trata-se de "um tema central” para o PS – sublinha Manuel Pizarro, adiantando que em debate vai estar a concessão da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, defendida pela Câmara do Porto, e a “ampliação da rede do metro em nome de uma mobilidade moderna, menos poluente, mais confortável e que corresponda às exigências dos nossos dias”. “A ideia de que a rede do metro está bloqueada para sempre é uma ideia retrógrada que não tem sentido nenhum”, atira o dirigente socialista, que destaca a importância de se avançar com o desenvolvimento da rede do metro.

Para além da mobilidade, o PS tem já em agenda outros temas que considera fundamentais para a cidade, que vão da economia à cultura, ciência e inovação, passando pelas questões de natureza social, designadamente o isolamento das pessoas idosas.

“Nós estamos muito interessados em dar a conhecer a nossa visão e ouvir a opinião dos cidadãos do Porto sobre o que se passa na governação da cidade”, disse o líder concelhio, convicto que os cidadãos vão aderir, porque – afirma – “há um enorme reconhecimento por parte da população”.

Para Manuel Pizarro, “o resultado das eleições de domingo, quer a nível de participação, quer no sentido dessa participação, dá-nos uma enorme expectativa”. “Ao longo dos últimos meses, temos tido sinais múltiplos, vindos dos mais diversos sectores da sociedade portuense, em relação àquilo que tem sido o papel e a intervenção o PS, que não só aceitou integrar a governação municipal, como tem feito o seu caminho com dedicação e lealdade, valores muito caros às pessoas do Porto”, revela.

Um outro dirigente concelhio, Tiago Barbosa Ribeiro - muito provavelmente o futuro líder da concelhia do PS-Porto, caso Manuel Pizarro venha a integrar o Secretariado Nacional do partido, o órgão de confiança pessoal do secretário-geral-geral -, faz questão de dizer que a ideia de chamar os simpatizantes não é tanto na perspectiva orgânica de os trazer para o PS, mas antes envolvê-los no debate político.

“Neste ano queremos que essas pessoas continuem a sentir-se motivadas para começarem a participar na actividade política e o PS tem de dar essa abertura, provendo fóruns de reflexão e discussão, abrindo-os à participação dos simpatizantes”, afirma o dirigente, revelando estar “preparado para assumir todas as responsabilidades e todos os desafios em torno dessa sucessão no partido, numa perspectiva de diálogo com todos os militantes da cidade e dirigentes do PS-Porto”.

Para o dia 17 de Outubro, está agendada uma reunião da concelhia socialista para discutir a situação política, nomeadamente a governação autárquica no Porto e na tarde do dia 18 arranca o Fórum Cidade.

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