PSD-Porto corrige Marco António e diz que é oposição no Porto

Concelhia social-democrata afirma que o porta-voz do partido já explicou o que queria dizer com as palavras proferidas na sexta-feira, após reunião com Rui Moreira.

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Reunião de Marco António Costa com Rui Moreira e Nuno Botelho ocorreu na sexta-feira, no Porto Fernando Veludo/NFactos

A declaração de que “o PSD não é oposição no Porto”, proferida na sexta-feira pelo vice-presidente e coordenador da comissão política nacional do PSD, Marco António Costa, não caiu bem na concelhia portuense social-democrata.

Esta segunda-feira, em comunicado, a concelhia liderada por Miguel Seabra informou que Marco António Costa já tratou de “esclarecer e explicar” a esta estrutura local que, com aquelas palavras, pretendia manifestar a “vontade de que o PSD seja uma oposição responsável”, na autarquia conquistada pelo independente Rui Moreira, que se candidatou com o apoio do CDS e fez um acordo de gestão camarária com o PS.

“O PSD não é oposição na Câmara do Porto, porque é um partido que gosta de estar do lado das soluções. Nós não temos uma focalização negativa das nossas missões públicas”, disse Marco António Costa na sexta-feira, no final de um almoço com Rui Moreira e com o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho.

Na mesma ocasião, Marco António Costa garantiu que o PSD não esquece o “património político” dos 12 anos de gestão camarária de Rui Rio e afirmou que Rui Moreira vinha dando a esse mesmo projecto “novas dimensões” e o seu “cunho pessoal”.

Questionado pelo PÚBLICO se o PSD, que apoiou Luís Filipe Menezes nas últimas autárquicas, admitia vir a apoiar uma recandidatura de Rui Moreira, Marco António Costa declarou: “Não vou responder a isso (….) Seria transformar um acto benigno numa coisa mesquinha. O que está aqui a acontecer é muito superior ao jogo político”, acrescentou o porta-voz do PSD, explicando que a reunião tivera por objectivo trocar impressões sobre uma série de matérias essenciais para “manter o Porto na rota da competitividade”.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira, e para que não fiquem dúvidas quanto à tal preocupação com a “oposição responsável”, a concelhia liderada por Miguel Seabra sublinha que “o PSD da Cidade do Porto continuará a desenvolver, com espírito democrático e sentido cívico, o seu trabalho na vereação, assembleia municipal e juntas de freguesia, em prol dos cidadãos, pelo que estará na primeira fila de apoio ao executivo camarário sempre que considerar que tal se justifica”.

Apelo a Rui Moreira para não deixar o PS mandar
No mesmo comunicado, o PSD-Porto faz um apelo a Rui Moreira, enquanto “presidente da Câmara Municipal do Porto verdadeiramente eleito”, para não deixar o PS "mandar na cidade, ficando refém de uma política que não é a sua e não foi sufragada pelo povo”.

A concelhia social-democrata declara-se muito preocupada com a actuação dos socialistas na autarquia, acusando o PS de se comportar “como se tivesse ganho as últimas eleições autárquicas”. Acusa ainda o PS de já ter começado “a desbaratar, à boa maneira socrática, o património herdado dos últimos 12 anos de gestão da coligação PSD/CDS-PP, pondo de lado os interesses da cidade em favor dos seus interesses partidários internos”.

Para os sociais-democratas do Porto, são disto exemplo “a gestão calamitosa e casuística realizada em termos de Habitação Municipal, a alteração populista e desequilibrada do novo Regulamento dos Bairros Camarários da cidade, imposto e não discutido democraticamente, bem como a política despesista, sectária e avulsa da Empresa Porto Lazer, protagonizada por um administrador socialista, junto das colectividades”.

Corrigido o nome do presidente da Associação Comercial do Porto

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