PSD repudia afirmações da "esquerda reaccionária renascida"

Bancadas do PS, PCP e BE não reagiram a críticas dos sociais-democratas a Mário Soares no Parlamento.

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Este é o primeiro debate na Assembleia da República do novo ano legislativo Rui Gaudêncio

Hugo Soares, vice-presidente da bancada do PSD, defendeu que o Parlamento deveria repudiar "incitamentos que parecem ser à insubordinação" por parte de personalidades como o ex-Presidente da República Mário Soares. As bancadas à esquerda optaram por não responder ao líder da JSD.

"Quando se ouve um antigo Presidente da República dizer de um governo legítimo que 'Estes homens têm de ser julgados', quando pactuou num silêncio cúmplice com um governo que levou o país à pré-bancarrota, onde está a ética republicana?", questionou, citando depois Vasco Lourenço, capitão de Abril, quando disse que "o Governo se arrisca a sair à paulada".

Hugo Soares, sem nunca referir os nomes de ninguém, lembrou que recentemente "um ex-primeiro-ministro" [José Sócrates] se dirigiu numa entrevista ao ministro das Finanças alemão como "'estupor'" e aludiu a um "sindicalista" [Mário Nogueira] que queimou o Orçamento do Estado.

"Quando vemos tudo isto e ouvimos os incitamentos que parecem ser à insubordinação por parte das mesmas personagens, que alinham numa esquerda reaccionária renascida, devemos todos, nesta casa, na casa da democracia, repudiar com firmeza e determinação este tipo de afirmações e comportamentos", afirmou o deputado social-democrata.

Hugo Soares disse não se estar a referir aos pensionistas que se manifestam ou aos professores que fazem greve legitimamente. "Estamos a falar dos de sempre: dos que às sextas violam a lei nas galerias da Assembleia da República e que nos restantes dias da semana são representantes sindicais. Os mesmos que vão para as portas dos ministérios – como se se tratasse do mais anónimo dos cidadãos – e depois de punho no ar gritam pela revolução nos congressos partidários", disse.

O deputado deixou um apelo "aos partidos moderados da construção de Portugal e da Europa", tendo em conta os indicadores que considerou animadores da economia. Foi só da bancada do CDS que teve companhia. O deputado Hélder Amaral também quis saber "se o PS vem a jogo". Mas acabou por confessar: "Já não se espera nada deste PS. Está acantonado num piquete de greve, ou numa aula magna." Nem da bancada do PS, nem das bancadas mais à esquerda se ouviu uma resposta a esta declaração política.
 
 
 
 
 

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