PSD pediu por carta mais negociações, mas PS recusou

Alberto Martins respondeu ao convite afirmando que reunião carecia de “objecto e sentido útil”. Socialistas críticos de Seguro aplaudem não-acordo.

Depois da reunião com o Presidente da República, o PSD fez uma nova tentativa para chamar o PS para a mesa das negociações, enviando uma carta-convite a Alberto Martins. Mas os socialistas recusaram alegando não haver já “sentido útil”.

Jorge Moreira da Silva, vice-presidente dos sociais-democratas, enviou uma carta a Alberto Martins que liderou a delegação do PS nas negociações, com um convite para novo encontro. A resposta foi, porém, lapidar. Martins agradeceu o cuidado mas respondeu que nova reunião “carecia de objecto e de sentido útil”.

A par desta resposta privada ao PSD, os socialistas davam pouco depois outra pública, com o anúncio de que Seguro faria uma comunicação às 20h. Nessa comunicação, Seguro anunciou que não havia acordo com PSD e CDS e responsabilizava estes dois partidos. Disse também que perante posições tão distintas e claramente inconciliáveis "não se justificava prolongar conversações por conversações", devendo cada um "assumir as suas responsabilidades".

O PSD e o CDS-PP ainda não reagiram à comunicação de António José Seguro. Mas o PÚBLICO apurou que o vice-presidente social-democrata, Jorge Moreira da Silva, tenciona fazer uma conferência de imprensa este sábado, ao final da manhã.

A resposta à carta de Moreira da Silva foi tornada pública já depois de a reunião da Comissão Política do PS ter arrancado.

À entrada do encontro, os dirigentes socialistas davam mostras de unanimidade em relação ao resultado do processo. Pedro Silva Pereira, ex-braço direito de José Sócrates no Governo anterior e conotado com a ala crítica a Seguro comentava no Largo do Rato que “um acordo para ficar tudo na mesma não servia o país nem o PS”.

E Pedro Nuno Santos, presidente da distrital de Aveiro, afirmava que existia uma grande diferença entre discutir os méritos de um entendimento e fazê-lo sabendo os termos desse acordo “em concreto”: “Ainda bem que não se fazem acordos a todo o custo, porque o pior que podia acontecer era um mau acordo.”
 

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