PSD mantém prazo limite de Março para candidato a Lisboa

Comissão política nacional dos sociais-democratas quase não falou de autárquicas.

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Passos Coelho tem de encontrar um candidato a Lisboa, depois da recusa de Santana Lopes Fábio Augusto

O PSD mantém o calendário autárquico que estabelece o prazo limite para apresentação de candidatos a 31 de Março de 2017. Lisboa incluído. A garantia foi dada ao PÚBLICO por um alto responsável social-democrata, lembrando que o PS também já fez deslizar o prazo máximo de Dezembro deste ano para Março do próximo ano.

A candidatura a Lisboa não foi tema na comissão política nacional, que se reuniu esta terça-feira à tarde, apurou o PÚBLICO. Aliás, as autárquicas passaram de raspão e apenas em torno de uma divergência em Leiria mas que rapidamente foi terminada pelo líder do PSD.

Depois do “não” de Pedro Santana Lopes a Lisboa, Passos Coelho já garantiu que o partido terá um candidato para a capital. Mas não disse se iria acelerar o calendário, tendo em conta que a líder do CDS Assunção Cristas já está no terreno. Na noite desta terça-feira, o vice-presidente do PSD Marco António Costa disse aos jornalistas que “o calendário está muito bem definido”, à margem do Conselho Nacional do PSD reunido em Lisboa, depois da comissão política, e em que as eleições autárquicas não constavam da agenda.

Os sociais-democratas lembram que em ocasiões anteriores os candidatos em Lisboa foram apresentados a muito menos de um ano das eleições. Em 2013, Fernando Seara assumiu-se como candidato em Junho a três meses do acto eleitoral.

A intervenção inicial de quase 50 minutos de Passos Coelho não tocou nas autárquicas. Marco António Costa disse que houve uma chamada de atenção para um aspecto “grave”: as medidas “eleitoralistas” do Governo como o aumento das reformas ou o aumento do subsídio de refeição dos funcionários públicos nas vésperas das autárquicas. E, sem nomear José Sócrates, fez um paralelo. “Já vimos isto antes. No ano em que havia três eleições – autárquicas, legislativas e europeias – o Governo aumentou os funcionários públicos baixou o IVA e aumentou as prestações sociais no primeiro e no segundo escalão”, afirmou, insistindo no paralelo com o executivo de António Costa. “Há muitos membros do actual Governo que eram parte inspiradora, os rostos eram quase os mesmos”, afirmou, pedindo “pudor democrático” ao executivo.

O vice-presidente repetiu aos jornalistas boa parte das críticas ao Governo lançadas por Passos Coelho na reunião que decorreu à porta fechada. Uma delas é o chumbo do PS às propostas do PSD sobre a descentralização de competências, na passada semana, e a escolha do mesmo tema por parte do Governo para o debate com o primeiro-ministro desta quarta-feira no Parlamento. O líder do PSD acusou ainda o executivo de António Costa de tentar “reescrever a história”, ao apontar o dedo ao anterior Governo por tudo o que de mau aconteceu, apesar de em alguns casos os resultados acabarem por aparecer. Foi o exemplo do relatório PISA na educação.

Foi ainda com ironia que Passos Coelho comentou o convite ao seu ex-ministro da Saúde Paulo Macedo para presidir à Caixa Geral de Depósitos quando no PS e na esquerda o consideravam como o “destruidor do Estado Social”. Relativamente ao banco público, o líder do PSD relatou a actuação do Governo, acusando o executivo de ter feito um quadro legal à medida dos administradores da instituição. 

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