PSD está pronto para clarificar coligação com o CDS

Sociais-democratas e centristas estão com timings diferentes para definir eventual aliança.

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

O PSD está disponível para arrumar já a questão da coligação pré-eleitoral com o CDS e estranha a possibilidade de Paulo Portas poder sair da liderança do CDS antes das legislativas e não ser ele a fazer uma coligação pré-eleitoral, como noticiou o PÚBLICO esta quarta-feira.

Os dois partidos da actual coligação no Governo parecem estar, no entanto, com timings diferentes. Enquanto Paulo Portas tem mantido sob reserva o que vai fazer e o momento em que vai discutir essa questão com o partido, os sociais-democratas dão sinais de que estão prontos para clarificar uma eventual aliança, mesmo quando em tese falta um ano e meio para as legislativas.

Isso mesmo assumiu na passada semana o coordenador da comissão permanente do PSD, Marco António Costa. Em entrevista à Renascença, o vice-presidente dos sociais-democratas defendeu que “seria útil se se pudesse olhar rapidamente para uma coligação para o futuro”.

Com esta perspectiva, os sociais-democratas pensam estar a criar uma posição confortável para o CDS. Até porque a experiência das Europeias correu bem no sentido em que a negociação foi considerada equilibrada e nos resultados cada partido perdeu um eurodeputado.

Nas bancadas, o sentimento é que o cenário de uma coligação pré-eleitoral com o CDS acaba por ser menos vantajoso para o PSD e mais benéfica para os centristas, já que não fica à vista a sua expressão eleitoral. “O PSD pode ter um resultado mau, mas o CDS pode voltar ao partido do táxi”, disse ao PÚBLICO um social-democrata, referindo-se à reduzida dimensão do grupo parlamentar que existiu durante o cavaquismo. Adivinha-se uma dura negociação de listas, caso a coligação avance.

Ainda antes, outras tensões podem pairar no Governo, com a preparação do próximo Orçamento do Estado. Paulo Portas tem dado sinais de pressão em torno da descida da carga fiscal para as famílias. Mas nem o primeiro-ministro nem a ministra das Finanças assumiram qualquer compromisso nesse sentido. Pelo contrário. A hipótese de aumento de impostos – neste caso o IVA – não foi excluída por Passos Coelho para compensar chumbos do Tribunal Constitucional. E isso pode ser um novo foco de tensão no Governo. 

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