PSD e CDS protestam contra manifestação nas galerias do Parlamento

Moradores de bairros sociais foram convidados pelo PCP, que lamenta o protesto.

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Esta tarde, a discussão subiu de tom no Parlamento Nuno Ferreira Santos

Um grupo de moradores dos bairros sociais interrompeu esta quarta-feira o plenário, no momento da votação de projectos de lei sobre renda apoiada, com protestos e chamando “gatunos” aos deputados. Os manifestantes estavam na galeria dos convidados dos grupos parlamentares, o que levou o CDS a exigir saber quem fez o convite. O PCP assumiu o convite mas lamentou o protesto.

Depois de a Presidente da Assembleia da República pedir para os manifestantes serem retirados da sala, o líder da bancada centrista pediu a palavra, visivelmente irritado. “Queria saber quem convidou e como convidou. Se não puder fazer esse anúncio hoje diga na próxima sessão plenária de quarta-feira”, exigiu, e pedindo uma conferência de líderes extraordinária para uma reflexão. A intervenção foi recebida com fortes palmas das bancadas do CDS e do PSD.

Na resposta, o líder da bancada comunista assumiu que as pessoas estavam numa zona das galerias (que são destinadas a convites dos grupos parlamentares) a convite do partido, mas que foram pessoalmente informadas pelos deputados de que não se podiam manifestar.

“Os deputados deram pessoalmente a indicação para não se manifestarem. O PCP tem que lamentar que isto tenha acontecido”, afirmou João Oliveira.

Pelo PSD, o deputado Hugo Soares apoiou a posição do CDS e lembrou que houve insultos aos deputados democraticamente eleitos. O social-democrata lamentou que os partidos “instrumentalizem” o Parlamento com “este tipo de convites” a pessoas no momento em que se discutem assuntos polémicos e “incentivando a que se manifestem”.

Na conclusão deste episódio, Assunção Esteves mostrou o seu desagrado sobre os protestos nas galerias, que são proibidos por lei. “Nunca senti que as manifestações fizessem bem à democracia. Eu amo a liberdade, mas é sempre com grande mágoa que registam essas manifestações”, rematou. 

 

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