O PSD deixa de ter um porta-voz formal, cargo que foi nos últimos anos desempenhado por Marco António Costa, que se mantém como vice-presidente. A informação foi avançada por Teresa Morais, vice-presidente do partido, no final da primeira reunião da Comissão Política Nacional após o congresso de há duas semanas. 

“Formalmente essa figura não existe, de resto não existiu nunca. Sou vice-presidente do partido e é natural que vos esteja a falar mas não quer dizer que amanhã ou na próxima semana não seja outra voz ou nome a falar pela direcção do partido”, disse a antiga secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, aos jornalistas, em resposta a uma pergunta sobre quem é o porta-voz designado.

Nos últimos anos em que Passos Coelho repartiu as funções governativas com a presidência do partido, o PSD designou como porta-voz o coordenador da comissão permanente Marco António Costa. Agora os sociais-democratas argumentam que o presidente do PSD exerce o cargo a tempo inteiro, pelo que não há necessidade de haver um porta-voz da direcção. É uma função que caberá ao próprio líder, embora esta explicação não tenha sido dada por Teresa Morais.

Questionada sobre o pedido de destituição do governador do Banco de Portugal, feito esta manhã, pelo Bloco de esquerda, Teresa Morais disse que “não cabe aos partidos” pronunciar-se sobre uma decisão desse teor e deixou uma garantia: “Não alinharemos nesse coro”.