PSD considera que "o caminho do PS não é credível e não é alternativa real"

Partidos da maioria criticam "regresso ao passado" proposto pelos socialistas. Bloco diz que cenário do PS mantém quadro de austeridade.

É com o discurso do regresso ao passado que os partidos da maioria respondem às propostas do PS. Um passado que consideram irreal.

“Se acreditássemos que o caminho alternativo ou pseudo alternativo que o PS agora propõe fosse fazível, tê-lo-íamos proposto”, afirmou o vice-presidente do PSD, Matos Correia, minutos depois da intervenção de António Costa.

O deputado social-democrata pôs em causa a credibilidade do cenário macro-económico. “Se o caminho miraculoso que o PS descobriu tivesse pés para andar, não havia nos países da Europa comunitária a tendência que tem vindo a ser seguida do ponto de vista da consolidação orçamental e da sustentabilidade", criticou.

O deputado ironizou ao recomendar uma partilha de ideias com os socialistas franceses: "Se o PS encontrou um remédio miraculoso, que o sugira também ao senhor Hollande e ao senhor Valls".

No Parlamento, outras vozes colocaram em causa a exequibilidade das medidas sem pôr em risco a consolidação das contas públicas.

“Isto é o programa de retoma do modelo económico que levou o país à bancarrota e é um regresso ao passado”, afirmou ao PÚBLICO Hugo Soares, vice-presidente da bancada social-democrata. O deputado reconhece que a proposta socialista é diferente da preconizada pelo actual Governo, mas acredita que o eleitorado vai castigar a “irresponsabilidade” socialista.

Essa “irresponsabilidade” tem um número e vale 3.020 milhões de euros nas contas do CDS. “Tudo isto totaliza um impacto total, seja de perda de receita, seja de aumento de despesa, de cerca de 3.020 milhões de euros. Segundo as nossas contas iniciais, isto representa cerca de 1,8% do PIB de impacto orçamental”, afirmou a deputada Cecília Meireles, numa conferência de imprensa.

A centrista disse mesmo que, se as medidas fossem colocadas em prática, faziam disparar o défice e a dívida, o que levaria o país a 2011. “O que isto realmente significa é que se se concretizasse dentro de muito pouco tempo teríamos novamente a troika em Portugal”, afirmou.

Mais à esquerda, os socialistas são criticados por não fazerem um corte com os compromissos europeus. "É preciso fazer uma escolha. O que o Partido Socialista não pode fazer é dizer que não quer austeridade e, ao mesmo tempo, ir afirmando que não fará nada fora do quadro das imposições de austeridade da União Europeia", disse Catarina Martins, que falava à Lusa ainda antes de ser anunciado o cenário macroeconómico do PS. O PCP remete a sua posição para esta quarta-feira. 

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