PSD vê "alinhamento" entre PS e Syriza na intenção de combater a Europa

Marco António Costa reuniu-se em Bruxelas com comissário europeu Carlos Moedas.

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, afirmou esta terça-feira em Bruxelas que "há um alinhamento entre o Syriza e o PS" na ideia de que se deve combater a Europa, que os sociais-democratas rejeitam "completamente".

Em declarações aos jornalistas após uma reunião com o comissário europeu Carlos Moedas, o vice-presidente e porta-voz dos sociais-democratas disse que o objectivo do encontro foi, cumprido um ano sobre as últimas eleições europeias, "falar sobre algumas matérias que para o PSD são essenciais, desde logo demarcar-se completamente da atitude que o PS tem tido em Portugal" relativamente à União Europeia.

Referindo-se a uma entrevista recentemente concedida pelo secretário-geral do PS, na qual António Costa afirmou que o partido grego de esquerda Syriza tem combatido a Europa de "uma forma tonta" desde que assumiu o poder, Marco António Costa comentou que "o que está em causa" é que há um "alinhamento de uma ideia de combate à Europa" entre os socialistas portugueses e o Syriza, havendo apenas diferenças na forma como esse combate deve ser feito.

"Há um alinhamento entre o Syriza e o PS de que se deverá combater a Europa. Nós temos uma visão completamente contrária, temos uma visão de continuar a construir o projecto europeu. Nós não queremos combater a Europa no PSD, nós, no PSD, queremos construir uma Europa mais coesa, mais solidária, e não uma Europa de combate de uns contra os outros", declarou.

Questionado sobre as longas negociações que ainda decorrem com vista a encontrar uma solução para a Grécia, Marco António Costa afirmou que, "desde a primeira hora, o PSD disse que era importante que o governo grego conseguisse encontrar um registo de confiança na relação que viesse a estabelecer com as autoridades europeias", mas aquilo a que se assistiu foi uma atitude "irrealista" do governo formado pelo Syriza.

"Esta tal ideia de combate irrealista que o governo grego quis trazer para este debate no projecto europeu foi tempo perdido para a Europa e tempo perdido para os gregos", comentou, acrescentando que é desejo de todos "que seja possível encontrar uma solução no curto prazo, e que neste caso tem que ser mesmo muito curto", face à situação de quase ruptura dos cofres públicos da Grécia, que, no entanto, tem que dar garantias de reformas aos seus parceiros e credores.

 

 

Relativamente à reunião mantida com o comissário português que tem a seu cargo a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, o dirigente do PSD referiu que discutiu com Carlos Moedas questões ligadas à investigação e o desafio que Portugal tem no sentido de "incentivar e motivar muitos dos agentes científicos portugueses e instituições a concorrerem ao programa Horizonte 2020 para obterem apoio, e também utilizar fundos estruturais, nomeadamente de apoio às Pequenas e Médias Empresas" (PME).

 Segundo Marco António Costa, é "fundamental uma ligação estratégica entre (os programas) Horizonte 2020 e Portugal 2020", para tornar as PME portuguesas mais competitivas, e resolver simultaneamente, aquele que, indicou, será um "problema central" das preocupações do PSD "na próxima legislatura, que é objectivamente o emprego".

  

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