PSD, CDS-PP e PS aprovam voto de pesar pela morte de Fraga Iribarne, BE vota contra

PSD, CDS-PP e PS aprovaram nesta quinta-feira no Parlamento um voto de pesar pela morte do fundador do Partido Popular (PP) espanhol Manuel Fraga Iribarne, com os votos contra do BE e a abstenção de PCP e PEV.

O secretário-geral da Juventude Socialista, Pedro Delgado Alves, também se absteve em relação a este voto de pesar.

O líder parlamentar do BE, Luís Fazenda, justificou a oposição dos bloquistas a este voto de pesar apresentado pela maioria PSD/CDS-PP com o facto de Manuel Fraga Iribarne ter sido uma figura da ditadura de Franco, durante a qual foi ministro da Informação.

Por sua vez, o deputado do PS António Braga referiu-se a Fraga Iribarne, que faleceu no domingo, aos 89 anos, como uma das personalidades a quem a instituição da democracia em Espanha permitiu um “crescimento”.

Reconhecendo “toda a polémica em torno do currículo” de Fraga, o PS optou por votar favoravelmente o voto de pesar pela sua morte como “uma homenagem à democracia e à sua capacidade de acolhimento”, completou António Braga.

O líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, afirmou que tudo afasta os comunistas de alguém como Fraga, que “exerceu elevadas responsabilidades no franquismo, o fascismo espanhol”.

Bernardino Soares acrescentou que o PCP compreende, no entanto, que outras bancadas tenham decidido apresentar um voto de pesar pela morte do antigo presidente do governo regional da Galiza, concluindo: “Não nos opomos a ele, mas também não o podemos acompanhar”.

O deputado do PSD José Matos Correia contrapôs que Fraga “tentou por dentro mudar o franquismo” e marcou a vida de Espanha “sempre de uma forma positiva”.

Matos Correia disse não ver “razões que levem a ter sobre Manuel Fraga outra atitude que não seja a de louvar o seu sentido de dever” e deixou a seguinte observação sobre a atitude do BE: “O direito ao dislate é um direito democrático”.

O deputado do CDS-PP Telmo Correia fez questão de reclamar para a sua bancada a iniciativa da apresentação deste voto pela morte de “um grande de Espanha, uma grande figura da política espanhola” e “um enorme amigo de Portugal e das relações entre Portugal e Espanha”.

Telmo Correia considerou que Fraga Iribarne foi “uma figura de transição”, que “teve um percurso ímpar” na história de Espanha e conseguiu “trazer para a democracia alguns sectores da direita espanhola” e contou que o conheceu por este ser “amigo de Adriano Moreira”.

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