PSD avisa que voto contra da Madeira terá “consequências”

Quatro deputados social-democratas da região votaram contra o Orçamento do Estado para 2015.

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Fernando Negrão, José Matos Correia, Luís Marques Guedes e Guilherme Silva na comissão para a revisão, em 2011 PEDRO CUNHA/ARQUIVO

O líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, advertiu que o voto contra ao Orçamento do Estado para 2015 dos quatro deputados eleitos pela Madeira terá “consequências”.

"Vamos fazer isso internamente e quando houver alguma nota que tenha de ser dada publicamente eu fá-lo-ei, mas não há nenhuma dúvida de que vai haver consequências, disso não há dúvida", afirmou. Minutos antes, Montenegro disse não ter explicação para este voto contra de Guilherme Silva, Francisco Gomes, Correia de Jesus e Hugo Velosa.

É a primeira vez que os quatro deputados eleitos pelo PSD/Madeira votam contra o Orçamento do Estado nesta legislatura. Segundo os estatutos do PSD, as sanções para quem não cumpra os deveres de militante vão desde a advertência até à expulsão. Um dos deveres é ser "leal" às directrizes do partido, onde se inclui o voto do OE. 

“Votámos a favor na generalidade e fizemos uma declaração de voto na qual elencávamos um conjunto de questões das quais dependia o nosso voto na votação final global. As questões que considerávamos mais relevantes e essenciais não foram consideradas e tivemos de fazer um voto contra", explicou Guilherme Silva, citado pela Lusa.

Guilherme Silva adiantou estar "muito preocupado com os eleitores" e "nada preocupado com a visão de outras identidades" (partido e direcção parlamentar "laranjas"), pois "o compromisso e mandato é defender" aquela região autónoma.

"Tenho sempre uma posição muito leal e aberta, mas houve compromissos que falharam por parte de algumas pessoas do Governo", revelou, acrescentando tratar-se de uma "situação residual, a nível de secretário de Estado", mas escusando-se a nomear qual o elemento em questão do executivo da maioria PSD/CDS-PP.

Em causa, segundo Guilherme Silva, está o facto de ainda não se ter apurado o PIB (Produto Interno Bruto) regional de 2014 - devido ao novo sistema de contas europeu -, do qual decorrerá a necessidade de alteração das verbas do fundo de coesão (mais de 60 milhões de euros), bem como a redefinição das verbas da Lei de Meios, destinada à recuperação dos danos do temporal de 20 de Fevereiro de 2010, e que poderia ser aproveitada para outras obras de forma a reforçar a sustentabilidade financeira local.

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