Moção de rejeição ao Governo dividiu PSD e CDS

Iniciativa dos sociais-democratas será apresentada em coordenação com o CDS-PP.

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Passos e Portas regressaram ao lugar de deputados depois da posse do Governo de António Costa Daniel Rocha

O PSD vai apresentar uma moção de rejeição ao Programa do Governo do PS em coordenação com o CDS-PP. Mas a questão dividiu internamente os dois partidos, com vozes discordantes em ambos sobre os prós e os contra da iniciativa.

Acabou por ganhar a tese de que a moção de rejeição era inevitável  para manter a coerência do discurso em torno do Governo "politicamente ilegitimo". Mas tanto no PSD como no CDS havia quem tivesse dúvidas sobre a iniciativa por poder dar uma imagem da esquerda unida  e por representar mais uma "humilhação" para os dois partidos.

As duas bancadas somam apenas 107 votos, que não chegam para superar os dos deputados do PS, BE, PCP e PEV, os quais, por seu lado, já se comprometeram com o voto contra.

A Comissão Permanente do PSD — órgão mais restrito de direcção deste partido, composto pelo presidente, Pedro Passos Coelho, pelos vice-presidentes, pelo líder parlamentar e pelo secretário-geral — esteve reunida na manhã desta terça-feira.

O debate na Assembleia da República do Programa do XXI Governo Constitucional, chefiado por António Costa, está marcado para quarta e quinta-feira. As moções de rejeição são votadas após o encerramento do debate.

O novo Governo do PS, que tomou posse na quinta-feira passada, é suportado por três acordos bilaterais entre os socialistas e o Bloco de Esquerda, o PCP e o PEV — que, juntos, somam 122 dos 230 deputados — assinados quando o anterior executivo PSD/CDS-PP ainda estava em funções.

Nesses acordos, o PS e os partidos à sua esquerda estabelecem que "rejeitarão qualquer solução que proponha um Governo PSD/CDS-PP" e "derrotarão qualquer iniciativa que vise impedir a solução governativa alternativa". com Lusa

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