PSD aprova listas da coligação por unanimidade

Pedro Lomba estreia-se como candidato a deputado da AR. Por Lisboa, depois de Passos e de Portas, surge Paula Teixeira da Cruz e Luís Marques Guedes.

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Luís Montenegro referiu que o processo de constituição das listas decorreu em “perfeita normalidade” Enric Vives-Rubio

Os sociais-democratas votaram na noite desta quinta-feira por unanimidade as listas com as quais vão concorrer às eleições legislativas de Outubro, em coligação com o CDS-PP. Na reunião do Conselho Nacional do PSD, salientou-se a “normalidade” do processo e o espírito de cooperação entre os dois partidos da coligação Portugal À Frente. À saída, houve pelo menos uma mágoa, a do ex-autarca das Caldas da Rainha e, quanto a nomes, confirmam-se as estreias dos secretários de estado Pedro Lomba e Manuel Rodrigues como candidatos a um lugar no hemiciclo.

Já se sabia que a renovação no que toca aos cabeças-de-lista era de 70% e um terço desses lugares eram preenchidos por mulheres, agora o líder parlamentar do PSD e cabeça-de-lista por Aveiro, Luís Montenegro, adiantou que, no global das listas, essa renovação é da ordem dos 60% nos candidatos do PSD e cumprirá uma participação de cerca de 40% de mulheres. Esta renovação é, porém, em comparação com as listas de 2011.

“Esta comparação tem algumas especificidades. Em particular, a circunstância de termos menos candidatos do PSD nestas eleições do que tivemos em 2011. Em listas conjuntas teremos de subtrair àquele que é o total de candidatos que tivemos em 2011 pelos candidatos que são preenchidos pelo CDS-PP”, ressalvou.

Em declarações aos jornalistas e minutos antes da votação, Luís Montenegro referiu que o processo de constituição das listas decorreu em “perfeita normalidade”, ainda que obrigue a um “esforço adicional de colaboração e cooperação” entre os dois partidos da coligação Portugal À Frente, PSD e CDS-PP. Além dessa “grande e estreita colaboração” com os centristas, a elaboração das listas contou com o contributo de todas as estruturas descentralizadas, como as comissões políticas distritais e concelhias, referiu ainda o social-democrata.

O social-democrata insistiu que “a normalidade” com que decorreu o processo indicia a forma “tranquila” com que a coligação tem tomado as decisões. E garantiu que partem para estas eleições com “grande motivação”, “ambição” e “confiança” para conquistar a adesão dos portugueses às propostas que já apresentaram. “A cada dia que passa estamos mais motivados”, disse.

As estreias
Quanto a nomes, confirmam-se as estreias do secretário de Estado Pedro Lomba, que surge em quarto lugar na lista de Faro, e de Manuel Rodrigues que surge em segundo lugar nas listas de Coimbra. Miguel Morgado, assessor político do primeiro-ministro, é o 13.º na lista pelo Porto.

Em Lisboa, depois de Passos Coelho e Paulo Portas, vem o nome da ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz. Em quarto, o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares Luís Marques Guedes, em quinto e sétimo os vice-presidentes do PSD Matos Correia e Matos Rosa.

Em Aveiro, destaca-se a social-democrata Regina Bastos, terceira candidata. Fernando Negrão volta a surgir em segundo lugar pelo PSD por Braga.

Em quarto lugar por Leiria surge a ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, pelo CDS-PP. A cabeça-de-lista é, tal como já tinha sido divulgado, secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, a social-democrata Teresa Morais.

A presidente cessante da Assembleia da República, Assunção Esteves, não se recandidata.

A mágoa
À saída da reunião do Conselho Nacional do PSD, o ex-autarca das Caldas da Rainha e actual vereador em Loures, Fernando Costa, deu conta aos jornalistas da sua “mágoa” por ser o único presidente de uma distrital do PSD fora das listas. Em bom rigor, primeiro disse que sentia mágoa, minutos depois, na mesma declaração, disse que não.

“Penso que era muito útil à lista, modéstia à parte. Todos são úteis. A lista é muito boa, há muito bons candidatos em Leiria”, começou por dizer. Mas logo de seguida acrescentou: “Sou o único presidente da distrital que não vai nas listas. E isso é que eu não aceito. Há uma mágoa, eu disse ao presidente do partido que estava magoado”, afirmou, desresponsabilizando, porém, Passos Coelho, pela situação.

“Naturalmente que não é agradável para ele nem para mim, mas o presidente do partido não tem qualquer responsabilidade ou não tem a maior responsabilidade”, disse.

Fernando Costa, que disse querer “morrer como autarca”, entende que ficou de fora por ser “um autarca defensor das populações”. Diante dos microfones e câmaras de televisão, disse ainda que os eleitores do círculo de Leiria vão ficar “de boca aberta” com esta decisão.

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