PSD adia pedido de auditoria a relatório económico do PS

Socialistas acusam maioria de “achincalhar” instituições públicas ao propor auditoria em órgão do Parlamento.

Foto
João Galamba Daniel Rocha

O PS está contra a ideia de sujeitar a uma auditoria o seu cenário macroeconómico por um órgão técnico do Parlamento – como pretende a maioria PSD/CDS - por considerar que o relatório não faz parte dos trabalhos parlamentares. O PSD, acompanhado pelo CDS, acabou por adiar o pedido formal para que a bancada socialista disponibilize o relatório para ser auditado.

Na comissão de Orçamento e Finanças, esta quarta-feira de manhã, o deputado do PSD Duarte Pacheco fez a proposta oral com que o partido já tinha avançado publicamente no sentido de o PS disponibilizar o cenário macroeconómico para ser analisado pela Unidade Técnica de Acompanhamento Orçamental (UTAO), um órgão independente que funciona no Parlamento.

A resposta do socialista João Galamba foi pronta. “É um documento que não é um programa eleitoral. Não se insere em trabalhos parlamentares”, afirmou, defendendo que é um “achincalhamento do Estado e das instituições públicas”.

Duarte Pacheco defendeu, pelo contrário, que se trata de “respeito pela UTAO. “Uma coisa é discutir politicamente as propostas, outra coisa é perceber que as medidas apresentadas têm o efeito apresentado. Se a medida tem ou não aquele impacto orçamental”, afirmou o social-democrata, que no final da reunião acabou por anunciar que só mais tarde irá formalizar o pedido num requerimento para ser votado.

Como os socialistas anunciaram que votariam contra qualquer proposta nesse sentido, o deputado do PS Vieira da Silva concluiu que a intenção do PSD não era verdadeiramente avançar para a UTAO: “Agora percebemos que o objectivo não era auditar, era sim responsabilizar o PS pela não concretização desse objectivo”. Vieira da Silva lembrou que, se não fosse feita uma proposta idêntica para outros partidos, seria uma “absurda desigualdade”.

O CDS, pela voz de Cecília Meireles, saiu em defesa do PSD. “Qualificar a análise da sua proposta como um achincalho parece-me excessivo”, afirmou, defendendo que pedir à UTAO para fazer uma análise não é apoucar este organismo. 

O PCP ficou em silêncio sobre o assunto e o Bloco estava ausente naquele momento na reunião. O PSD não insistiu e remeteu o requerimento para a próxima semana. 

Sugerir correcção
Ler 5 comentários