Costa só debate com Passos e manda Carlos César enfrentar Portas

Partidos chegaram a um primeiro acordo: haverá um frente-a-frente entre Costa e Passos e um debate a quatro (talvez a 22 de Setembro), emitidos por todos os canais. Falta definir os debates a dois, onde Costa recusa Paulo Portas.

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António Costa pretende ser presidente da AML Enric Vives-Rubio

Ainda se mantêm as divergências sobre a participação de Paulo Portas nos frente-a-frente entre os cabeças de lista às legislativas, porque António Costa defende que só devem debater os líderes das candidaturas. Mas já se chegou a um primeiro acordo: haverá um frente-a-frente de uma hora entre Costa e Passos Coelho e um debate entre os líderes das quatro candidaturas – Portugal à Frente, PS, CDU e Bloco -, em princípio a 22 de Setembro.

O PS rejeitou esta sexta-feira a proposta das televisões de participar em qualquer frente-a-frente com Paulo Portas e também não quis o líder do CDS-PP no debate alargado com as outras candidaturas às legislativas. Os socialistas continuam a defender que a lei obriga a debates entre candidaturas e não partidos.

Os representantes socialistas recusaram assim a nova proposta que receberam das televisões para que António Costa tivesse um frente-a-frente com Paulo Portas por considerarem que o líder do CDS-PP não é o cabeça de lista de qualquer candidatura. Por isso, se as televisões insistirem em propor um debate a dois entre o PS e o presidente do CDS-PP, o partido do Largo do Rato far-se-á representar pelo seu presidente, Carlos César, apurou o PÚBLICO.

Apesar desta divergência, está já acordado um único frente-a-frente entre António Costa e Pedro Passos Coelho, com uma hora de duração, emitido por todos os canais abertos. As televisões tinham proposto três frente-a-frente entre o líder do principal partido da oposição e o primeiro-ministro, emitidos nos três canais de sinal aberto, para debaterem sempre temas diferentes, de uma forma mais aprofundada. António Costa aceitou desde logo mas Passos Coelho recusou. Para não manter se o impasse, o socialista acabou por concordar com um modelo minimalista.

Debate a quatro a 22 de Setembro
Os partidos também chegaram a acordo sobre o modelo para o debate alargado: será entre os líderes das quatro candidaturas cujos partidos já têm assento parlamentar, como dita a nova lei: Pedro Passos Coelho (Portugal à Frente), António Costa (PS), Jerónimo de Sousa (CDU – Coligação Democrática Unitária) e Catarina Martins (Bloco de Esquerda).

Será um debate moderado por pivots dos três canais e transmitido em simultâneo pelas três televisões de sinal aberto, e por todos os meios de comunicação social que pretenderem. Está já pré-agendado para dia 22 de Setembro, já durante a campanha eleitoral, que arranca no dia 20 desse mês.

A primeira proposta dos três canais deixava em aberto a presença de quatro ou seis candidaturas nos frente-a-frente e no debate com todos, e previa a realização de três frente-a-frente entre António Costa e Pedro Passos Coelho, além dos debates a dois entre todas as candidaturas.

Perante a exigência do CDS-PP em ser incluído nos debates, RTP, SIC e TVI entregaram na quinta-feira propostas diferentes a cada partido em que Paulo Portas também estaria incluído no pacote dos frente-a-frente. As televisões não usaram, porém, o mesmo critério com o Partido Ecologista Os Verdes, que constitui a CDU com o PCP. O PEV não foi convidado para qualquer frente-a-frente. A CDU concorda com o princípio das quatro candidaturas mas considera que se o CDS for incluído nos debates, o PEV também o deve ser

Além do debate com Passos, foi proposto a Costa que debatesse, individualmente, com Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Passos debateria com Jerónimo e Catarina Martins, e estes últimos fariam um debate entre si e mais outro frente-a-frente com Portas.

Mas os socialistas recusam o frente-a-frente de Costa e Portas, e continuam a argumentar com o texto da lei da cobertura eleitoral, aprovada há um mês pelas bancadas do PSD e do CDS com a abstenção do PS, que refere a obrigatoriedade de debates com representantes das "candidaturas" que já têm assento parlamentar - e não dos partidos. E reforçam o argumento com o facto de as restantes candidaturas já terem aceitado esse princípio para o acordo do debate a quatro, pelo que ele deve vigorar também para a definição dos frente-a-frente.

Não há, por enquanto, mais nenhuma reunião marcada entre os representantes das candidaturas e as televisões. Estas vão agora negociar com cada candidatura o modelo dos frente-a-frente e ficarão dependentes da vontade de Jerónimo de Sousa e Catarina Martins debaterem ou não com Paulo Portas.

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