PS de Cascais apresenta candidato até Dezembro

Os socialistas têm tido dificuldade em encontrar a pessoa certa para defrontar o actual presidente da câmara, Carlos Carreiras, eleito pelo PSD. Esta semana, surgiu o nome de Isabel Moreira.

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PS assume que candidato do partido Cascais será escolhido até Dezembro Nuno Ferreira Santos

Há vários meses que os nomes de eventuais candidatos do PS à Câmara de Cascais andam a circular. O primeiro foi o de António Capucho, ex-autarca e militante expulso do PSD. Às notícias de que teria sido sondado pelo PS, Capucho respondeu: “Não enjeito nada”. Seguiu-se a actual deputada do PS Helena Roseta e o ex-ministro da Saúde Correia de Campos (que vive em Sintra). O último nome lançado, esta semana, foi o da deputada Isabel Moreira. Ao PÚBLICO, o líder da concelhia de Cascais do PS, recusa que a notícia tenha qualquer fundamento.

“Já se torna habitual por esta altura surgirem vários nomes associados ao PS e a uma possível candidatura a uma das maiores câmaras do país como é o caso de Cascais. O PS Cascais encara as próximas eleições autárquicas com enorme seriedade e serenidade, preocupando-se em construir uma alternativa que vá ao encontro dos anseios dos cascalenses”, diz Luís Miguel Reis ao PÚBLICO. Sobre a possibilidade de Isabel Moreira ser a candidata do PS, o dirigente diz, com clareza: “Não há qualquer fundamento nessa notícia”.

A deputada, filha de Adriano Moreira, ex-presidente do CDS, tem ganho visibilidade, no parlamento, por defender os direitos das mulheres e das minorias. Esta quinta-feira, o Correio da Manhã notava que Isabel Moreira “está radiante com a possibilidade de encabeçar as listas do PS às autárquicas de Cascais”. Ao que o PÚBLICO conseguiu apurar, uma das razões para o seu nome ter surgido tem a ver com o facto de o PS, que só elegeu três vereadores nas últimas eleições, precisar de uma mulher do topo da lista, para poder colocar dois homens menos conhecidos (mas ambos membros da estrutura local do partido) no segundo e terceiro lugares – por causa das quotas.

Assumindo que “este é um momento de avaliação da actual gestão autárquica protagonizada pela coligação PSD/CDS”, o dirigente do PS acrescenta que é prematuro entrar na discussão dos nomes, debate que, aliás, “apenas beneficia quem está no poder local, uma vez que coloca o foco na avaliação de putativo candidato ao invés de a colocar no rumo do concelho”.

“Não contarão com o PS na criação dessas ‘cortinas de fumo’. Apresentaremos o nosso candidato em Dezembro, assim como um projecto abrangente, envolvendo os mais diversos sectores e intervenientes no concelho”, informa Luís Miguel Reis.

Certo é que entre militantes socialistas do concelho de Cascais se adensa a consciência de que não será fácil encontrar o candidato certo para interromper o ciclo iniciado em 2013 por Carlos Carreira, que também é vice-presidente de Pedro Passos Coelho e líder da comissão autárquica do PSD. Há mesmo quem reconheça que as dificuldades de recuperar a autarquia perdida em 2011, precisamente para António Capucho, na altura candidato social-democrata, já noutras ocasiões afugentaram da corrida nomes cascalenses, como Pedro Silva Pereira.

Em 2011, apesar de ter criado a expectativa de vir a ser convidado para presidir à Assembleia da República em caso de vitória do PSD nas legislativas, Capucho não chegou a ser chamado por Pedro Passos Coelho q integrar as listas de deputados. Dois anos depois, aceitou ajudar Marco Almeida na corrida autárquica, como independente, à Câmara de Sintra e acabou expulso do partido em que militava. Porém, o momento que mais o aproximou do PS foi já em 2015, antes das eleições, quando foi aplaudido pelos socialistas na Convenção do PS, na qual participou a convite de António Costa. 

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