PS cauteloso quer apenas debater a dívida com especialistas

Durante o dia de sábado, o grupo parlamentar do PS apenas admitia que um projecto de resolução estava a ser ultimado. António Costa deixa programa Quadratura do Círculo a 20 de Novembro, na véspera de vestir a pele de líder do partido.

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António Costa, primeiro-ministro Nuno Ferreira Santos

A intenção dos socialistas era marcar o ponto no dia do debate das petições sobre o Manifesto dos 74 e da que resulta da Auditoria Cidadã à Dívida - Pobreza não paga a dívida / Pela renegociação já, e agendando para quarta-feira, que defende a reestruturação da dívida pública.

Ao que o PÚBLICO apurou, o principal partido da oposição pretendia evitar recorrer às expressões “renegociação” ou “reestruturação” no seu documento. A intenção era não deixar sem resposta o apelo de debate feito pelos signatários da petição. E, assim, o grupo parlamentar socialista ponderava avançar com um processo parlamentar de audição pública que levasse à Assembleia personalidades e especialistas na matéria, capazes de apresentar “soluções responsáveis e exequíveis”. Portanto, ao mesmo tempo que rejeitava a política de austeridade do actual Governo, baliza os seus limites.

O novo PS, que resulta da vitória de António Costa nas primárias, não parece disponível para propostas mais radicais, como o a defesa unilateral de um hair-cut aos valores da dívida ou a saída do euro. Ao que o PÚBLICO apurou, o texto em preparação insiste numa resposta à escala europeia, avisando que o PS continua a acreditar no projecto europeu “em todas as suas dimensões”.

Uma posição cautelosa que reflecte a forma como o futuro secretário-geral do PS tem lidado com o tema desde que avançou para as primárias socialistas.

O presidente da Câmara de Lisboa decidiu, entretanto, que vai participar pela última vez no programa Quadratura do Círculo, da SIC Notícias, na quinta-feira, dia 20 de Novembro. O candidato a primeiro-ministro pelo PS que será eleito secretário-geral do partido nas eleições directas de dia 21 e 22 de Novembro abandona assim o papel de comentador político na véspera de vestir a pele de líder do partido.

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