PS desafia Passos "sem memória" a apresentar propostas para OE

Em reacção às críticas do líder social-democrata na Festa do Pontal, partido do Governo diz que PSD oferece austeridade.

O Partido Socialista (PS) acusou sábado o líder do Partido Social Democrata (PSD) de não conseguir ver que o país está a crescer e desafiou Pedro Passos Coelho a apresentar propostas concretas para o próximo Orçamento do Estado.

Numa declaração lida aos jornalistas, a secretária-geral adjunta do PS disse que, "mais uma vez, Passos Coelho aparece ao país sem memória, pessimista e com uma visão distorcida da realidade". "Ao contrário do que diz o líder da oposição, a economia está a crescer, não tanto como gostaríamos, mas é mais do que nos últimos tempos de governo da direita", frisou Ana Catarina Mendes, em reacção às declarações feitas por Pedro Passos Coelho, na Festa do Pontal, em Quarteira.

O PS entende, por isso, que Passos Coelho não consegue lidar com a realidade do país, já que, segundo o Partido Socialista, "os dados estão a melhorar", desde o investimento à confiança. Prova disso, apontou Ana Catarina Mendes, está na taxa do desemprego, que atingiu o valor "mais baixo" desde 2011, ou no valor de investimento previsto pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para as empresas portuguesas que em 2016 será superior a "qualquer outro ano, desde que começou a crise internacional em 2007".

Frisou, por outro lado, que os indicadores de confiança "estão em níveis mais elevados do que no final do ano passado" e que "os portugueses têm confiança na recuperação económica, ao contrário de Passos Coelho, para quem o futuro é sempre negro e depressivo". Segundo a secretária-geral adjunta do PS, o Governo está a cumprir o que prometeu aos portugueses, "ao mesmo tempo que consegue a consolidação orçamental e se bate em Bruxelas por políticas mais justas e pelo interesse nacional".

"O país está pois a voltar a um ciclo de crescimento após um longo ciclo de políticas erráticas e de austeridade", acusou. Nesse sentido, lembrou que "vem aí um período muito importante", com a definição do próximo Orçamento do Estado, aproveitando para lançar o desafio ao PSD, para "apresentar propostas concretas, ao contrário do que fez no ano passado".

"O PSD não percebe o que se está a passar no país. Hoje vive-se um novo ciclo de confiança e de recuperação. O PS cumpre os seus compromissos com os portugueses, o país sabe o que este Governo tem para dar e o que o PS prometeu nas eleições. O PSD é que não aceita que o povo português não quer a austeridade que Passos Coelho tem para lhe dar", defendeu.

Ana Catarina Mendes acusou o líder do PSD de ser o "homem que cortou as pensões e que queria cortar mais 600 milhões", deixando a garantia de que o PS não irá deixar o PSD "destruir a Segurança Social pública". "Uma oposição sem propostas é uma oposição de 'bota abaixo', os discursos do líder da oposição são sempre 'gira o disco e toca o mesmo': visões depressivas e ausência de propostas", acusou Ana Catarina Mendes.

A dirigente socialista aproveitou ainda para criticar as declarações de Passos Coelho sobre os incêndios, dizendo que, se o líder do PSD quer falar desse tema, o deve fazer de "forma clara e inequívoca", porque aquilo de que o país precisa é tranquilidade. "Falar de um assunto fingindo não falar dele é a forma menos leal e séria de o abordar. Foi assim que, lamentavelmente, o líder da oposição falou sobre os incêndios deste Verão", concluiu.

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