PS acusa Governo de mergulhar “o país num pântano político”

Porta-voz socialista defende que Paulo Portas humilhou o primeiro-ministro e o deixou descredibilizado perante o exterior.

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João Ribeiro explorou contradições no interior do PSD NELSON GARRIDO

João Ribeiro afasta consensos com Passos Coelho, aconselhando o chefe do Governo a trabalhar para o acordo no interior da coligação. Mas confirma uma reunião com Poiares Maduro sobre o crescimento da economia

O PS continua a capitalizar as divergências no seio da coligação governamental para insistir na ideia da “crise política muito grave”. Depois de ter já ontem reagido às declarações do líder do CDS e ministro dos Negócios Estrangeiro, Paulo Portas, o porta-voz socialista acusou outra vez os parceiros da coligação que sustenta o Governo de serem “um obstáculo para sair da crise”.

“O Governo mergulhou o país num pântano político”, resumiu João Ribeiro.

João Ribeiro viu nas palavras de Portas – onde este manifestou a sua discordância em relação a duas medidas anunciadas por Passos Coelho – uma humilhação ao primeiro-ministro.

“O primeiro-ministro fala por metade do Governo ou pelo Governo todo?”, questionou o dirigente socialista, depois de ter frisado o facto de Passos se ter comprometido “externamente” com medidas “sem sequer estarem consensualizadas dentro do Governo”. E questionou mesmo a “credibilidade” do chefe do Governo “perante os credores” externos depois da iniciativa do presidente do CDS.

Ribeiro classificou ainda como “irónico” o apelo ao consenso com o PS repetidamente veiculado por Passos, por entender que, antes, o primeiro-ministro devia tratar de conseguir esse mesmo consenso dentro do Governo.

Ainda assim, e depois de frisar ser uma “questão” separada do tema dos cortes na função pública, admitiu estar já agendada uma reunião com o ministro adjunto Poiares Maduro a propósito do apoio ao crescimento económico. Sem dizer quando esta se realizaria, apenas confirmou que não acontecerá nesta semana.  
 

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