Programa do MPT defende fim dos lugares "cativos" na Assembleia da República

"A felicidade dos portugueses é importante para o MPT", afirma o presidente do partido, que divulgou o nome de Eurico Figueiredo como cabeça-de-lista pelo Porto.

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Patrícia Martins

O Movimento Partido da Terra (MPT) apresentou esta terça-feira, em Lisboa, o programa político que defende nas próximas eleições legislativas, definindo-se com um “partido de causas”.

Na apresentação, que decorreu nas escadarias da Assembleia da República sobre o lema “Fazer Diferente por Portugal”, o MPT afirmou-se como um partido “humanista, ecologista e liberal”.

José Inácio Faria, presidente do partido e eurodeputado, afirmou que o MPT compromete-se a fazer a diferença e a mediar conflitos e consensos no Parlamento. “O Partido da Terra posiciona-se ao centro, nem à esquerda nem à direita. Queremos fazer diferente e temos metas e objectivos claros”, disse.

No seu programa eleitoral, o MPT identifica como os três objectivos orientadores a “felicidade, a competitividade e a sustentabilidade”. Para isso, os deputados que possam ser eleitos pelo partido vão ter em consideração "os índices da felicidade interna bruta, do desempenho ambiental e o índice de competitividade global". O partido defende ainda uma cidadania activa, que leve à participação dos portugueses nas temáticas essenciais ao “desenvolvimento de uma sociedade mais justa, equitativa, e com igualdade de oportunidades”.

Uma das bandeiras eleitorais do MPT é o fim dos “lugares cativos e marcados” na Assembleia da República, de forma a “recentrar a discussão política na defesa das causas” e não no “debate partidário”.

José Inácio Faria considera que é necessária uma mudança no sistema político português que aproxime os cidadãos dos deputados que elegem. “Os partidos que estão actualmente na Assembleia têm as mesmas políticas de há 20 anos atrás. O nosso programa passa por um novo paradigma político para Portugal”, defendeu o eurodeputado do MPT, afirmando que quer dar “mais de Portugal aos portugueses e mais dos portugueses a Portugal”.

Questionado pelo PÚBLICO se espera alcançar a votação conseguida nas eleições europeias, onde o MPT elegeu dois deputados, o presidente do MPT considera que houve mérito de Marinho e Pinto nessa eleição. “É verdade que tivemos a ajuda de um grande comunicador e não lhe retiro mérito. Mas o MPT vive de causas presentes e é um partido que aprende muito com o passado. Somos um partido de esperança e por isso conto que os portugueses nos vão dar o seu apoio”, confessou José Inácio Faria, que deu conta ainda da pretensão do partido em propor a diminuição do número de 230 para 219 deputados na Assembleia da República.

Na apresentação do programa eleitoral foi também divulgado que o antigo deputado socialista Eurico Figueiredo será o cabeça-de-lista do MPT pelo círculo do Porto. Eurico Figueiredo, que fundou o Partido Democrático Renovador juntamente com Marinho e Pinto, mas que divergências após as eleições para o Conselho Nacional do PDR o levaram a afastar-se, regressa assim ao MPT, depois de ter sido o número quatro nas listas às eleições europeias.

 

Texto editado por Leonete Botelho

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