Presidente recebe economistas como Teixeira dos Santos e Bagão Félix na quinta-feira e partidos na sexta

Audições de Cavaco Silva sobre a crise política poderão terminar já esta semana, se não for convocado o Conselho de Estado.

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Nos últimos dias, Cavaco Silva esteve na Madeira, onde visitou várias empresas Gregório Cunha
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Cavaco Silva depois de ter ouvido Passos Coelho em Belém, a 6 de Outubro Patrícia de Melo Moreira/AFP

Os conselheiros de Estado Vítor Bento e António Bagão Félix, assim como os antigos ministros das Finanças Fernando Teixeira dos Santos, Luís Campos e Cunha, João Salgueiro e Daniel Bessa, e o antigo ministro da Economia Augusto Mateus são os economistas convidados por Cavaco Silva para audiências desta quinta-feira, dia 19. São quatro ministros de governos socialistas e dois de executivos sociais-democratas.

A Presidência da República anunciou que o Chefe de Estado decidiu ouvir um conjunto de economistas com "conhecimento profundo e de conjunto da realidade económica nacional" sobre a actual situação política nacional na sequência do chumbo do programa de Governo. E marcou também para a próxima sexta-feira (dia 20) as audições dos partidos políticos com assento parlamentar.

A agenda de quinta-feira de Cavaco Silva começa com a reunião (10h) com Vítor Bento, seu actual conselheiro de Estado e que, entre outros cargos, fundou e presidiu ao IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública e à SIBS, e recentemente foi presidente do BES e Novo Banco. Além dos antigos ministros da Economia e das Finanças de António Guterres, respectivamente Daniel Bessa (às 10h45) e Augusto Mateus (às 16h30), serão ouvidos João Salgueiro (11h30), titular das Finanças de Francisco Pinto Balsemão, antigo presidente da CGD e da Associação Portuguesa de Bancos (APB); assim como Luís Campos e Cunha (12h15) , o primeiro ministro das Finanças de Sócrates, e Fernando Teixeira dos Santos (15h), que se lhe seguiu e fez todo o resto dos dois últimos governos socialistas. António Bagão Félix (15h45), conotado com o CDS, conselheiro de Estado de Cavaco Silva, ministro da Solidariedade Social e do Trabalho de Durão Barroso e ministro das Finanças e da Administração Pública de Santana Lopes, completa a lista.

Durante todo o dia de sexta-feira terá lugar uma nova ronda de audiências com os partidos com assento parlamentar. PSD, PS, Bloco, CDS, PCP, PEV e PAN já passaram pelo Palácio de Belém nos dias 20 e 21 de Outubro, duas semanas e meia depois das eleições legislativas de 4 de Outubro. Os partidos à esquerda foram unânimes em defender perante Cavaco Silva que deveria ser empossado um Governo de iniciativa do PS e avisaram que um Executivo PSD/CDS seria chumbado no Parlamento aquando da apresentação e discussão do seu programa - o que acabou por acontecer a 10 de Novembro.

A audição dos partidos costuma ser o último passo do actual Presidente da República antes de anunciar a sua decisão, mas desta vez, e na sequência da extensa lista de reuniões que irá manter antes de decidir, Cavaco Silva poderá também querer ouvir os conselheiros de Estado, embora a lei não o obrigue. Normalmente o Conselho de Estado é convocado com pelo menos três dias de antecedência. Por exemplo, também o ex-Presidente Jorge Sampaio convocou o Conselho de Estado em Julho de 2004, quando Durão Barroso pediu demissão do cargo de primeiro-ministro para rumar a Bruxelas, já depois de ter ouvido uma longa lista de personalidades e entidades e os partidos políticos, e antes de indigitar Pedro Santana Lopes.

Esta quarta-feira, o Presidente da República já recebeu, durante a manhã, os presidentes do Millennium BCP, Nuno Amado; do Novo Banco, Eduardo Stock da Cunha; do BPI, Fernando Ulrich; e do Santander Totta, António Vieira Monteiro. Durante a tarde são ouvidos o presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos, José Matos (15h); o presidente da administração da Caixa Económica Montepio Geral, José Félix Morgado (16h); e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Fernando Faria de Oliveira (17h).

 

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