Presidente das mulheres do PS desafiada a ir a votos

Várias socialistas, incluindo Elza Pais, Edite Estrela e Gabriela Canavilhas, pedem a Isabel Coutinho que se demita, depois de ter apoiado Seguro nas primárias.

Foto
Elza Pais é uma das subscritoras da carta e um dos nomes falados para uma candidatura à liderança das mulheres socialistas Rui Gaudêncio

Isabel Coutinho, presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas (DNMS), foi nesta segunda-feira desafiada a ir a votos e a relegitimar a sua liderança das mulheres do PS, numa carta que lhe foi dirigida por um conjunto de militantes do PS, onde sobressaem nomes como Elza Pais, Edite Estrela, Ana Paula Vitorino, Gabriela Canavilhas, Maria Antónia Almeida Santos, Carla Tavares, Isilda Gomes, Maria do Céu Albuquerque.

A carta, a que o PÚBLICO teve acesso, foi entregue esta segunda-feira na sede nacional do PS, no Largo do Rato, e seguiu também para conhecimento da presidente do partido, Maria de Belém Roseira, que, depois da demissão de António José Seguro, lidera interinamente o PS, até à eleição do próximo secretário-geral, que deverá ser António Costa.

De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO, Elza Pais é um nome falado informalmente para se candidatar à chefia do Departamento de Mulheres do PS.

As subscritoras defendem que Isabel Coutinho se deve submeter no dia 21 de Novembro, a uma nova eleição, embora o seu mandato não tenha terminado. O dia da votação seria assim o mesmo que já está marcado para eleger o secretário-geral.

O pedido de demissão de Isabel Coutinho deve-se ao facto de as subscritoras considerarem que a presidente do DNMS comprometeu o seu lugar ao apoiar Seguro nas primárias de dia 28 de Outubro.

Argumentam as subscritoras na carta que “ficou claro que a presidente do DNMS assumiu uma posição de facção, tendo deixado de ter legitimidade política para o exercício do cargo que visa representar todas as socialistas”.

Sem porem em causa o direito de Isabel Coutinho ter a “sua opção pessoal”, as subscritoras apontam o facto de a presidente do departamento das mulheres do PS ter associado “a estrutura a uma das candidaturas , nomeadamente àquela cujos princípios norteados não logrou o apoio da esmagadora maioria dos e das socialistas”, uma atitude que consideram “uma conduta ética e democraticamente reprovável”.

Acrescentam ainda que é “imprescindível que a presidente do departamento não fique alheia à única interpretação que deve ser dada aos resultados das eleições e às exigências que o actual quadro político impõe”. Ou seja, perante a vitória de António Costa deve Isabel Coutinho “submeter o seu lugar a uma nova legitimidade, auscultando de novo as mulheres socialistas relativamente à sua liderança e às linhas de orientação programática que o DNMS deve ter face às exigências de uma situação política assente na mudança de estratégia por parte do PS”.

Sugerir correcção
Ler 4 comentários