Presidente da República arquiva petição que pede demissão de Passos Coelho

Petição com mais de 19.100 assinaturas pedia demissão de Passos Coelho por causa da dívida à Segurança Social.

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Passos Coelho acumulou dívidas à Segurança Social, como o PÚBLICO noticiou Hugo Correia/Reuters

O Presidente da República, Cavaco Silva, decidiu determinar o arquivamento da petição que pede a demissão do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, informou nesta terça-feira fonte oficial de Belém.

No passado domingo, a petição pela demissão do Passos Coelho, com mais de 19.100 assinaturas, foi entregue nos serviços da Presidência da República.

De acordo com fonte oficial da Presidência, na segunda-feira, foi elaborada pela Casa Civil do Presidente e enviada para o proponente da petição, Luís Moreira, a seguinte resposta: "Acuso a recepção da documentação entregue no passado dia 15 de Março, a qual mereceu a devida atenção. Informo que Sua Excelência o Presidente da República, em face do seu conteúdo, decidiu determinar o seu arquivamento."

Numa primeira reacção a este arquivamento, o autor da petição afirmou que não ficou surpreendido. "Face à resposta, terei de pensar noutras vias, mas não me surpreende. Se tudo estivesse a acontecer no mandato anterior, tudo se resolveria porque Cavaco Silva teria de pensar na sua reeleição e mostraria serviço. Ele vai ter uma reforma e só está a espera que ela chegue, ao contrário de muitos outros cidadãos", disse à Lusa Luís Moreira, de 52 anos, que é militante do Bloco de Esquerda, mas preparou esta iniciativa a título individual.

A petição tem por base a polémica acerca da carreira contributiva do primeiro-ministro, intitula-se "Demissão imediata do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho" e cita vários artigos da Constituição da República Portuguesa, para justificar o seu objectivo.

O processo promovido por Luís Moreira iniciou-se com a entrega no Parlamento. No entanto, a instituição presidida por Assunção Esteves considerou não ser aquele o local adequado ao prosseguimento deste assunto e recomendou a entrega do texto em Belém.

"Entende-se não ser a Assembleia da República o órgão competente para apreciar a petição, visto não estar nas suas competências a demissão do primeiro-ministro", lê-se na resposta do Parlamento, que não viu "qualquer vantagem na remessa da petição em causa a uma comissão [parlamentar], sendo preferível que os peticionários dirijam a sua petição directamente ao órgão competente para demitir o Governo - o Presidente da República".

Mesmo assim, segundo o texto da AR, a petição foi enviada a todos os grupos parlamentares para, "caso o entendam, exerçam o seu poder de iniciativa, nomeadamente em termos de apresentação de uma moção de censura ao Governo".

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