PR pede equilíbrio nas medidas para combater a crise económica

Em Setúbal, Marcelo falou sobre a crise e sobre a necessidade de encontrar soluções equilibradas para sair dela.

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"É uma ilusão a ideia de que se pode decretar um dia: acabou a crise", disse Marcelo Rui Gaudêncio

O Presidente da República defendeu hoje que a saída de Portugal da crise económica "não será fácil nem rápida" e defendeu uma solução equilibrada, que contemple o rigor financeiro e que responda aos problemas sociais do país.

"A saída da crise - eu disse sempre - não é nem rápida, nem fácil, nem igual para todos. Não é rápida, vai demorar anos a sair da crise. Em segundo, não é fácil, por razões que têm a ver com Portugal, com a Europa e com o mundo. E não é igual para todos: uns saem mais depressa, outros saem mais devagar", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

"É uma ilusão a ideia de que se pode decretar um dia: acabou a crise. No dia seguinte passamos todos a ter emprego e somos todos felizes. Isso não existe", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa durante uma visita ao Centro Social da Paz, da Cáritas de Setúbal, depois de se deslocar à primeira residência temporária para jovens mães e adolescentes grávidas, a primeira da Cáritas de Setúbal.

Para o Presidente da República, a par do rigor financeiro do Orçamento de Estado e do cumprimento dos compromissos assumidos com a União Europeia, também é e preciso dar resposta a problemas sociais imediatos, até para que o crescimento económico do país permita criar mais emprego.

"É verdade que a forma mais segura e mais duradoura de ultrapassar a situação de crise é o crescimento económico. É a economia crescer, porque se crescer tem mais possibilidades de criar emprego, de diminuir o desemprego e de haver mais empregos. Isto é verdade, mas não é menos verdade que as pessoas têm de viver até chegar esse dia", disse, depois de lembrar que a solução preconizada por alguns setores da sociedade portuguesa é apostar tudo no crescimento económico.

"Há outros que defendem que é preciso resolver os problemas [sociais] de imediato, nem que isso custe um atraso no que seria o cenário ideal. A dificuldade está em encontrar o meio-termo entre aquilo que seria o ideal: a aposta numa solução que, daqui a uns anos, vai dar um tal crescimento económico e um tal emprego que resolva o problema das pessoas, e, ao mesmo tempo, olhar para as pessoas que no dia-a-dia têm problemas, sofrem esses problemas e não sabem como vão aguentar mais um ano, mais dois, mais três, mais quatro, mais cinco anos", disse.

Depois de fazer o diagnóstico, o Presidente da República defendeu que a solução para a saída da crise passa por uma solução equilibrada, que contemple simultaneamente o rigor financeiro e a respostas aos problemas sociais mais graves.

"E como a política implica escolhas difíceis com bens raros, o equilíbrio entre os dois caminhos - que é difícil de estabelecer -, é, no entanto, talvez, a forma mais sensata de responder aos problemas da sociedade portuguesa", acrescentou o Presidente da República.

"Esse é o debate de fundo da sociedade portuguesa", disse Marcelo, defendendo que só depois de se alcançar este equilíbrio, nas soluções para a crise económica, é que valerá a pena discutir os meios para atingir os objetivos, para se saber se há "mais ou menos Estado, se há mais liberdade ou menos liberdade, mais economia de mercado ou menos economia de mercado".

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